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Furões ameaçados de extinção são clonados usando amostras de tecido de 36 anos atrás

Até então, três animais já foram clonados usando as mesmas amostras, nos últimos quatro anos

Publicado em: 18/04/2024 15:59
Última atualização: 18/04/2024 15:59

Noreen e Antonia são dois furões-do-pé-preto que nasceram de forma nada convencional: eles foram clonados usando amostras de tecido de 36 anos atrás.


Antonia, furão-de-pé-petro clonado em 2024 Foto: Roshan Patel/Smithsonian Conservation Biology Institute

Noreen e Antonia não são os primeiros a serem clonados. Este posto, na verdade, é de Elizabeth Ann, que nasceu em 2020, conforme o Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos Estados Unidos (USFWS).

No entanto, os três foram clonados a partir de amostras de um animal dessa espécie chamado Willa, que foram pegas em 1988 e armazenadas na San Diego Zoo Wildlife Alliance.


Noreen, furão-do-pé-petro que foi clonada em 2024 Foto: Kika Tuff/Revive &Restore

"Eles são saudáveis e continuam a atingir os marcos esperados de desenvolvimento e comportamento", informou o USFWS. Agora, o programa vai esperar que eles atinjam a maturidade sexual para que continuem a reprodução da espécie.

Elizabeth Ann já está na fase adulta, mas não pode engravidar por conta de uma condição chamada hidrometra, onde a cavidade uterina fica cheia de líquidos. A outra não estava totalmente desenvolvida. Apesar disso, continua bem e saudável, de acordo com o departamento.

Os furões-de-pé-preto: uma luta contra a extinção

Os furões-de-pé-preto estão ameaçados de extinção desde 1960 na América do Norte, segundo o USFWS. Porém, em 1979 o último animal da espécie morreu em cativeiro e eles foram declarados extintos.

Em uma feliz reviravolta, um criador de gado dos EUA encontrou um pequeno grupo dos animais em 1981. A partir de então, o Centro Nacional de Conservação de Furões-de-Pés-Pretos capturou os pequeninos e começou um "programa bem-sucedido de reprodução em cativeiro e reintrodução que continua até hoje".

Atualmente, existem cerca de 280 desses animais sendo criados em cativeiro, mas há problemas. Todos os furões que estão vivos são descendentes dos mesmos sete animais. Por ter uma diversidade genética limitada, a recuperação não é fácil. 

O programa de clonagem

As amostras usadas na clonagem têm três vezes mais variações genéticas juntas do que as encontradas na população atual. É por isso que clonar usando elas representa um grande avanço para a recuperação total da espécie.

Entretanto, “manter e aumentar as populações selvagens e o habitat adequado continua a ser essencial para a recuperação dos furões-de-pé-pretos e continuará a ser uma prioridade para o Serviço”, disse a Diretora do Departamento das Regiões de Mountain-Prairie do USFWS.

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