As pinturas de uma artista de Nova Petrópolis, no Rio Grande do Sul, estão dando o que falar e até vão ser expostas fora do Brasil. As obras são da artista Georgia, uma cachorrinha, de 5 anos, nascida na Hungria e moradora da cidade gaúcha.
Uma caçadora de borboletas que adora comida e vive em volta dos seus humanos, é assim que seus tutores descrevem Georgia, uma cavalier king charles spaniel, sonho de infância da artista Kitti Tarcsa, de 30 anos. “Desde o filme A Dama e o Vagabundo”, contou o videomaker Henryco Costa, de 34 anos.
Kitti é da Hungria, onde o seu caminho e o da Georgia colidiram. Como ela, a cachorrinha também decidiu ser artista. “É uma cadela normal, tirando a pintura”, explicou rindo o videomaker.
Começo na pintura
Ela começou a sua aprendizagem em janeiro. A sua tutora Kitti Tarcsa, de 30 anos, é artista e teve a ideia de ensinar a pequena a pintar após notar que Georgia estava sempre por perto quando a dona estava trabalhando.
O pincel foi adaptado com um padeço de madeira, ficando em T, para que ela tenha a firmeza necessária para pintar. Até agora, quatro quadros foram pintados por ela e dois foram vendidos. Os tutores explicaram que as obras nunca se repetem e que tem estilos diferentes entre si. “Ficamos muito impressionados”, contou Henryco.
No Instagram, Georgia – ou @georgiaredstone – tem mais de 5 mil seguidores com quem compartilha seu dia-a-dia e suas aventuras no mundo artístico, além de, é claro, suas pinturas. Lá, elas são vendidas por U$ 50, cerca de 240 reais.
A conta foi criada em 2018, mas começou a ser alimentada ainda mais em 2020, durante a pandemia. Kitti gosta muito de tirar fotos, mas não dela mesma. Ela explicou que precisava de uma musa e Georgia estava lá, posando. Então ela resolveu compartilhar a filha fotogênica nas redes sociais.
Da Hungria para o Rio Grande do Sul?
Kitti saiu do país natal para o Brasil com uma bolsa de estudos do governo da Hungria. Assim, ela deu aulas em comunidades húngaras do País, uma delas em Santa Catarina.
Na época, Henryco morava em São Paulo e estava dirigindo para Porto Alegre, cidade onde nasceu, quando viu uma festa húngara em SC. Ele decidiu parar e foi assim que se conheceram. “A gente nunca mais se separou”, explicou Henryco.
Kitti teve que voltar para a Hungria, mas pouco tempo depois já estavam morando em Nova Petrópolis. Inclusive, o gaúcho possui descendência húngara e foi tirar sua cidadania, mas para isso precisava falar a língua do país. “Foi eu que ensinei húngaro para ele, em português”, conta a artista.
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Exposição na Hungria
Georgia tem carreira internacional. Suas pinturas não serão vistas apenas aqui ou pelo Instagram, mas também em uma Exposição de Artesanato e Artes Plásticas na Hungria, feito pela polícia do país. Depois irão para um leilão beneficente.
Para participar da exposição, é preciso ser da família de alguém da instituição. Kitti é filha de um policial e o casal logo apresentou as obras de Goergia. Eles conseguiram mostrar que ela é parte da família, uma filha, “a criança”, como chama a artista plástica. O casal explicou também que na Hungria é muito comum comemorar os aniversários e dar presentes de natal para os animais.
Cachorros que se ajudam
Além de pintora, Georgia está nas vias de se tornar filantropa. A ideia do casal é vender produtos da cachorrinha para outros cães e investir o dinheiro em organizações não governamentais e projetos sociais que ajudem outros cães de rua, tanto na Hungria quanto no Brasil.
Até então, as bandanas vão ser os primeiros, mas Henryco e Kitti pretendem ampliar, inovando em um mercado onde cães produzem para outros.
Veja Georgia pintando: