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NOVA PRESCRIÇÃO MÉDICA?

Conexão intensa com cachorros pode impactar na saúde mental, diz pesquisa

Conviver com pets já traz muitos benefícios para a saúde, mas uma nova pesquisa revelou algo especial sobre a conexão com os cachorros

Publicado em: 24/08/2024 às 14h:01 Última atualização: 24/08/2024 às 14h:01
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Conviver com pets traz muitos benefícios para a saúde, mas uma pesquisa nova, feita por cientistas da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, descobriram outro: ter uma conexão intensa com cachorros, principalmente, pode ter um impacto positivo sobre a depressão e a ansiedade.

Mulheres que possuem conexão profunda com o cachorro de estimação têm benefícios na saúde mental | abc+



Mulheres que possuem conexão profunda com o cachorro de estimação têm benefícios na saúde mental

Foto: Pixabay

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Os pesquisadores descobriram que mulheres de meia-idade e idosas que são apegadas a seus animais de estimação, especialmente cachorros, possuem menores níveis de ansiedade e depressão, e que o impacto do amor pelos pets na saúde mental é ainda maior entre aquelas que sofreram abusos na infância.

No estudo, publicado na revista científica JAMA Network Open, foram consideradas as respostas de 214 mulheres, com idade média de 60,8 anos. Dessas, 140 declararam ter animal de estimação e 74 afirmaram não ter um pet. Entre elas, 156 (72,6%) tinham histórico de abuso infantil.

As participantes responderam dois questionários, em 2013 e 2014, com questões sobre sintomas de ansiedade e depressão, e aquelas que afirmavam ter um animal eram direcionadas também para perguntas sobre a relação com o bichinho.

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Os resultados mostraram que o maior apego a cachorros está associado à redução da depressão, ansiedade e seus sintomas, especialmente entre sobreviventes de abuso.

“Isso significa que quanto mais apegado você for ao seu animal de estimação, menor será o risco de depressão e ansiedade”, afirmou a epidemiologista Eva Schernhammer, coautora do estudo, em entrevista à The Harvard Gazette.

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Cães x gatos

Cerca de 56% (78) das participantes com pets possuíam cachorros e apenas 33% (46) tinham gatos. Entre estas, o apego ao animal não refletiu em melhores indicadores de saúde mental, o que surpreendeu os pesquisadores.

“Acho que todos ficamos um pouco surpresos com a diferença tão grande entre cães e gatos”, comentou Eva, ressaltando que serão necessários estudos com um número maior de felinos para confirmar e compreender essa divergência.

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Para Elton Kanomata, psiquiatra do Hospital Israelita Albert Einstein, a principal relação entre o animal de estimação e a saúde mental está no cuidado. O cachorro pode servir desde companhia no momento de solidão até fazer o dono praticar atividades físicas, como caminhadas ao levar o amigo para passear.

Por isso, o ponto principal trazido pela pesquisa é que a ligação tutor-animal é a variável mais importante para obtenção de benefícios. “Concluímos, até certo ponto, a primeira parte desse projeto. Agora, estamos começando a olhar para mecanismos que poderiam explicar isso”, disse Eva.

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Mulheres vítimas de abuso

Outro ponto significativo da pesquisa relaciona-se aos benefícios do apego ao animal para mulheres que sofreram algum tipo de violência física ou sexual na infância.

“Temos diversos estudos que fundamentam a relação entre saúde mental e ter pets, mas não conhecia nada voltado para essa população de mulheres, especificamente”, destacou Kanomata.

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Para o psiquiatra, este poderia ser mais um grupo beneficiado por animais de suporte emocional. Hoje, já existem cachorros treinados para auxiliar em crises de pânico, chamando por ajuda; como apoio para pessoas com autismo; e treinados para identificar alucinações de tutores com esquizofrenia.

“Uma mensagem importante é que, em nosso subgrupo de mulheres que foram abusadas, essas descobertas foram particularmente fortes. Talvez, no futuro, possamos definir mais subgrupos que podem se beneficiar particularmente de ter um animal de estimação”, disse Eva.

“Só não devemos ‘prescrever’ um animal de estimação para alguém que não gosta de animais”, brincou a pesquisadora.

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