Era mais um dia normal na City of Portsmouth College, Reino Unido, e um dos estudantes foi checar o viveiro da jiboia-vermelha brasileira macho, chamado Ronaldo, quando teve uma surpresa: aos 13 anos, após passar pelo menos 9 completamente sozinho, ele tinha se tornado mãe de 14 filhotes.
Foto: City of Portsmouth College/Reprodução
“A gente não conseguia acreditar no que estava vendo!”, disse a Técnica em Cuidados de Animais Amanda McLeod, sobre a descoberta dos filhotes.
O feito foi tão inusitado que até o especialista em répteis do local ficou chocado com a notícia. “Eu tenho criado cobras há 50 anos e nunca vi nada assim acontecer antes”, disse Pete Quinlan.
Como uma jibóia macho pode dar à luz?
O “milagre” na verdade é um fenômeno raro de partenogênese, uma forma natural de reprodução em que o embrião se desenvolve sem precisar da fertilização do macho. Ou seja, após viver anos como macho, Ronaldo, na verdade, é fêmea.
Há plantas e outros animais que se reproduzem com o fenômeno, como o caso mais clássico: as abelhas. Entretanto, esta é a terceira jiboia-vermelha a se reproduzir por conta do fenômeno, estando em cativeiro, em todo o mundo.
Cuidador achou que Ronaldo apenas estava gordo
Foto: City of Portsmouth College/Reprodução
O cuidador da jiboia afirmou para a instituição que achou que ela tinha apenas ganhado peso. “Ronaldo parecia um pouco mais gordo que o normal, como se tivesse comido uma grande refeição”, disse Quinlan para a instituição. “Nós nunca achamos que ele, ou eu deveria dizer ela, estava grávida.”
Ronaldo estava há nove anos no City of Portsmouth College, após ter sido resgatado pela associação Royal Society for the Prevention of Cruelty to Animals (RSPCA). Desde então, ele é cuidado por Quinlan.
O especialista em répteis, no entanto, não foi quem identificou Ronaldo como macho. O sexo foi atribuído por um veterinário.
“Os bebês são clones da mãe”
Foto: City of Portsmouth College/Reprodução
Para Quinlan, os 14 filhotes são “clones da mãe”, embora tenham marcas um pouco diferentes. Agora, ele trabalha para identificar o sexo dos bebês e organizar novos viveiros para cada um deles. Depois que as cobras estiverem maduras o suficiente, elas serão enviadas para novos lares.
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