Quase um ano depois de ter sido resgatado de uma situação de risco em meio a um temporal no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, um exemplar de gavião-pombo-pequeno foi devolvido à natureza. Durante este período, a ave de rapina, considerada rara, permaneceu em reabilitação em um centro especializado.
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Ela foi solta em uma área de floresta atlântica preservada, na mesma região onde foi encontrada, neste mês de abril.
A ação foi feita pela Divisão de Fauna da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) e por uma equipe do Museu de Ciências Naturais da Divisão de Pesquisa e Manutenção de Coleções Científicas (DPMCC).
Ainda, o núcleo Preservas do Hospital de Clínicas Veterinárias da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) examinou as condições de saúde da ave nas vésperas da soltura, quando também ofereceu a ela alimentação adequada. Além disso, o exemplar foi anilhado e será monitorado pelo Centro de Reabilitação de Animais Silvestres e Marinhos (Ceram) do Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos (Ceclimar) da UFRGS, em Imbé.
O gavião-pombo-pequeno reabilitado tem aproximadamente 18 meses de vida, conforme a estimativa feita pelos especialistas, sendo, assim, praticamente um jovem adulto.
Soltura
“A devolução à natureza permite que esses animais silvestres continuem cumprindo seu papel ecológico nos ecossistemas e, em alguns casos, contribui para a conservação de espécies”, diz a secretária da pasta, Marjorie Kauffmann, que destaca que as solturas devem ser feitas apenas pelos órgãos competentes.
Isso porque é necessário levar em conta diversos fatores antes de reintroduzir o animal na natureza, como o local, a melhor época, o transporte adequado e a saúde e condições do animal.
Risco de extinção
O gavião-pombo-pequeno é uma das espécies ameaçadas de extinção no Brasil. Exclusiva da Mata Atlântica, a ave, conforme técnicos da Divisão de Pesquisa da Sema, é raramente vista no território gaúcho, tendo sido encontrada pouquíssimas vezes na região litorânea, e todas elas recentemente.
A hipótese levantada por pesquisadores é que a espécie esteja iniciando um processo de colonização das áreas de floresta de planície do litoral norte gaúcho, vindas de Santa Catarina, onde costumam ser avistada com mais frequência.
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