REFLEXÃO
Viver e morrer
Uma das agruras de envelhecer é a frequência de ir a velórios
Última atualização: 18/09/2024 16:55
Uma das agruras de envelhecer é a frequência de ir a velórios. A notícia do falecimento de uma pessoa querida desencadeia um processo com diversos sentimentos. A primeira sensação é de arrependimento por não ter procurado o ente querido.
Outra tristeza envolve a comparação com nossa idade em relação ao tempo que nos resta. Costumo dizer que, aos 64 anos, estou mais perto da "bandeirada de chegada" que "do pódio".
Semana passada tive duas perdas significativas. De uma tia de 92 anos, professora e voluntária incansável que adorava WhatsApp. Às vezes, pedia para mandar somente áudios. "Estou ficando velha, os olhos reclamam", explicava. Morreu deitada no sofá, vendo tevê. Sem dor ou sofrimento.
Antes, um grande amigo e repórter fotográfico partiu aos 63 anos. Parceiro de jornadas na Zero Hora. Quis o destino que, décadas depois, acolhesse meu filho em Brasília. Ano passado, refugiou-se no sítio de Viamão. "Vou curtir os filhos, aproveitar a vida e os amigos", contou. Liguei dias antes da morte para cumprimentar pelo aniversário.
Viver de forma saudável exige cuidados com corpo e mente. Evitar o sedentarismo, curtir velhos parceiros de jornada são remédios sempre úteis. Presenciar a partida de amigo machuca alma, coração, espírito. Nos leva a reflexões sobre a nossa insignificância neste mundão de Deus.
As dores da velhice são muitas, onipresentes. Nesta seara da vida, faz bem lembrar de Chico Xavier: "Gostaria de dizer para você que viva como quem sabe que vai morrer um dia, e que morra como quem soube viver direito".
Outra tristeza envolve a comparação com nossa idade em relação ao tempo que nos resta. Costumo dizer que, aos 64 anos, estou mais perto da "bandeirada de chegada" que "do pódio".
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Outra tristeza envolve a comparação com nossa idade em relação ao tempo que nos resta. Costumo dizer que, aos 64 anos, estou mais perto da "bandeirada de chegada" que "do pódio".