Em reportagem produzida pela colega Carla Fogaça, conheci o belo projeto realizado pelo Grupo Reflexivos de Gênero, que reúne pessoas dedicadas a enfrentar a triste realidade da violência de gênero nas cidades de Canela, Esteio, Dois Irmãos e Sapiranga. Exemplo a ser seguido em todos os demais municípios.
A missão abraçada pelos integrantes do Grupo Reflexivos é a de lutar para conseguir diminuir a violência cometida contra mulheres. Os resultados são animadores, como informaram os que representam Sapiranga na entidade. Houve alguma redução de ocorrências, o que tem animado os que participam com regularidade dos encontros entre os que operam os objetivos e vítimas ou familiares de vítimas.
Conscientização é fundamental, pois em se tratando de violência cometida contra mulheres nem sempre tem acontecido a indispensável denúncia de fatos que representam a quebra das medidas protetivas estabelecidas para que a vítima consiga retomar normalidade em sua vida, podendo livrar-se do justificado temor de reiteração de alguma agressão. Bem por aí é que se precisa atentar ao desenvolvimento de uma condição permanente de proteção.
Como está dito na reportagem, há reuniões periódicas para alertar e dar suporte às vítimas sobre o que já lhes ocorreu, para que se alcance a retomada existencial plena, sem repetição das agressões antes constatadas e repelidas.
Se é verdade que os índices da violência de gênero contra as mulheres hoje são um pouco menores que em 2022, num período de um semestre, caindo de 59 casos de feminicídio para 40, em todo o Estado, também não se pode esquecer que quatro dezenas de assassinatos de mulheres puramente por questões da condição de serem mulheres é ainda uma incidência bárbara e terrível.
O delegado Felipe Borba, em palestra ministrada ao Grupo Reflexivos, em Dois Irmãos, falou sobre a Lei Maria da Penha e sublinhou sua manifestação com a sempre necessária lembrança de que “é importante respeitar as medidas protetivas aplicadas, evitando-se a repetição indesejada das agressões, seja contra a mesma vítima ou em novos relacionamentos”.
Os casos mais frequentes têm sido ameaças, lesões corporais e violência psicológica. Ainda assim, pela perda irreparável, basta um caso de feminicídio para chocar a todos.
Agressores e vítimas são chamados a participar dos encontros do Grupo Reflexivos, medida excelente para a indispensável reconstrução.
LEIA TAMBÉM
- Categorias
- Tags