DISCURSO NA ONU
Vinte anos depois e milhões continuam com fome
Última atualização: 25/10/2023 16:02
A fome no mundo ainda é terrível, assustadora, horripilante. Como tem sido há décadas, repetindo o cenário que nosso presidente Lula descreveu e usou como ponto fundamental de seu discurso ante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, 20 anos atrás. Ontem, quando mais uma vez foi dele a responsabilidade de se dirigir ao plenário mais representativo no conjunto dos países de todos os continentes, foi necessário e possível dizer:
"A fome, tema central da minha fala neste parlamento mundial 20 anos atrás, atinge hoje 735 milhões de seres humanos, que vão dormir esta noite sem saber se terão o que comer amanhã. O mundo está cada vez mais desigual." Lula ainda referiu a crise climática, que, em 2003, ano de seu primeiro discurso na ONU, ainda não chamava a atenção dos governantes mundiais. Segundo Lula, "hoje ela bate às nossas portas, destrói nossas casas, nossas cidades, nossos países, mata e impõe perdas e sofrimentos a nossos irmãos, sobretudo os mais pobres".
Como se prestasse contas, Lula enfatizou a missão com a qual se comprometeu, de unir o Brasil e reconstruir um país soberano, justo, sustentável, solidário, generoso e alegre. O multilateralismo foi apregoado como a fórmula de adequada inserção do Brasil entre os protagonistas mundiais. Em todos os tópicos da fala de Lula aos grandes líderes internacionais, várias referências ao marasmo e à mesmice, o que se confere ao lembrar 2003, ano de sua primeira participação na Assembleia Geral da ONU. Tomara que os líderes da política mundial desenhem outra cena para os próximos 20 anos, pelo menos.
LEIA OUTROS ARTIGOS DE CLÁUDIO BRITO