Perdi a conta das reportagens sobre a necessidade de tirar férias. Apesar de reiteradas promessas para mim é difícil desligar da rotina, apesar de seis décadas de vida de poucas folgas.
Coleciono recortes de jornal. São pilhas de retalhos amarelados de jornais e trechos de revistas surrupiadas de salas de espera substituídas pelo wi-fi. Entre os guardados constam restaurantes e pontos de lanches e lugares para futuras viagens. Várias vezes pensei em jogar tudo fora. Uma parte foi para o lixo. Os valores e roteiros estavam desatualizados.
Tenho um amigo que alimenta paixão semelhante. Ele conseguiu driblar a passividade e, acompanhado da esposa, a cada ano escolhe dois destinos, um curto, outro distante. Feita a escolha eles iniciam o planejamento financeiro, básico para viabilizar a ideia.
Conheço um casal que viaja muito para destinos que incluem praias paradisíacas a lugares exóticos, além de pontos para trilhas cansativas. O marido contou que por duas vezes ele só soube para onde iriam no caminho para o aeroporto.
– Ela (esposa) escolhe o lugar, monta o roteiro e os detalhes. Eu entro com o cartão de crédito! – segredou com uma gargalhada.
Outro casal de amigos, aposentados, intercalam longos passeios de moto para a Fronteira Oeste do RS com mergulhos culturais em roteiros pela Europa. Ele costuma enviar vídeos, fotos, textos curtos com impressões e detalhes que não aparecem nas imagens.
Tenho “inveja branca” de todos eles porque não consigo vencer a inércia. Mas sob a inspiração dos relatos amigos, sonho que até o final do ano vou viajar!
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