REFLEXÃO
Vamos falar sobre a morte
A morte não se importa se somos religiosos, ateus, pobres ou ricos
Última atualização: 21/08/2024 22:21
É difícil falar sobre a morte, porque traz à tona a visão escatológica do fim do mundo. Ela apresenta os sinais inevitáveis de que todos nós somos seres mortais, o que exige uma reflexão teológica e filosófica a respeito da finitude.
Por isso, é mais fácil homenagear nas mídias sociais os ricos ou famosos quando morrem, pois em tese são pessoas que tiveram sucesso na vida e se livraram dos males da pobreza, dos sintomas das doenças e das agruras da velhice.
Essa é uma ideia que afirma os valores da sociedade de consumo: o fetichismo da juventude, a acumulação de bens e a busca da imortalidade, que são questões antagônicas aos conceitos sobre a morte.
Ademais, têm indivíduos que acham clichê dizer que todos nós um dia vamos morrer, já que estão muito ocupados com os bens materiais e os prazeres da vida, portanto, para eles a morte merece pirraça.
Entretanto, a morte não se importa se somos religiosos, ateus, pobres ou ricos e se vamos ser enterrados como indigentes ou sepultados em mausoléus.
É como disse o filósofo Arthur Schopenhauer: "Morrer é um absurdo". Desse modo, a morte não cabe na lógica cartesiana, onde tudo pode ser monetizado.
Porém, podemos aprender a lidar com a morte de forma pacífica, buscando respostas na espiritualidade e na sabedoria, que nos revela o sentido da vida, com seus encantos e desencantos.
Afinal, para quem não acredita na continuação da vida, a morte é o fim das aflições. E para quem acredita na eternidade, ela é o caminho para uma existência melhor.
Leia mais artigos de Jackson Buonocore, sociólogo, psicanalista e escritor
Por isso, é mais fácil homenagear nas mídias sociais os ricos ou famosos quando morrem, pois em tese são pessoas que tiveram sucesso na vida e se livraram dos males da pobreza, dos sintomas das doenças e das agruras da velhice.
Conteúdo exclusivo para assinantes
Para ver este conteúdo na íntegra, é necessário que você seja assinante
Por isso, é mais fácil homenagear nas mídias sociais os ricos ou famosos quando morrem, pois em tese são pessoas que tiveram sucesso na vida e se livraram dos males da pobreza, dos sintomas das doenças e das agruras da velhice.