ÉTICA
Tive um sonho bizarro
E quando acordei, pensei que nem em sonho admito atropelos
Última atualização: 22/04/2024 21:23
Sonhei que estava assistindo a uma sessão do tribunal do júri. Era muito bizarro, porque não havia juiz presidindo o julgamento. O magistrado estava em outro ambiente do foro, fazendo uma audiência paralela. Quem efetivamente ordenava e presidia os trabalhos era o promotor de Justiça; de vez em quando, o Zé, oficial escrevente, passava a palavra para um e para o outro. Que agonia!
Indaguei ao conhecido promotor onde estava o juiz. Ele respondeu "fale baixo para não alertar os gansos, pois alguém pode suscitar uma nulidade. Ele não faz falta". Incrédula, segui assistindo ao massacre. Era um julgamento por tentativa de homicídio, com um réu revel e uma jovem que não entendia o que estava acontecendo.
O acusador pressionava, intimidava e fazia a ela perguntas que mal eram respondidas - ou a levavam a entrar em contradição, mesmo sem querer. Era um pavor. De repente, o promotor propôs uma diligência: ir até a casa da acusada e nela adentrar. O Zé deferiu e, de ímpeto, eu gritei: "Não pode! Cadê o juiz presidente? Sem mandado, não pode. A casa é asilo inviolável". Todos olhares se voltaram para mim, que disse: "Estou assumindo a defesa da ré" (cujo advogado havia ido à cozinha tomar café)". Que antiético!
A jovem reuniu forças e gritou: "É verdade. Destituo meu advogado anterior neste ato e constituo a doutora Silvia minha defensora a partir de agora". O Zé perguntou: "A senhora conhece o processo?", e respondi: "Não. Mas eu conheço a lei e a justiça. Isso aqui está tudo errado. Exijo a presença do juiz. Não vou admitir esse procedimento esquizofrênico". Então acordei, pensando que nem em sonho admito atropelos!
Indaguei ao conhecido promotor onde estava o juiz. Ele respondeu "fale baixo para não alertar os gansos, pois alguém pode suscitar uma nulidade. Ele não faz falta". Incrédula, segui assistindo ao massacre. Era um julgamento por tentativa de homicídio, com um réu revel e uma jovem que não entendia o que estava acontecendo.
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Indaguei ao conhecido promotor onde estava o juiz. Ele respondeu "fale baixo para não alertar os gansos, pois alguém pode suscitar uma nulidade. Ele não faz falta". Incrédula, segui assistindo ao massacre. Era um julgamento por tentativa de homicídio, com um réu revel e uma jovem que não entendia o que estava acontecendo.