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Opinião

Terreno baldio

Publicado em: 14/04/2023 às 03h:00 Última atualização: 04/03/2024 às 09h:17
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Seus amigos perguntam se você está bem?! Vão até você saber se você precisa de algo? Ou só na hora do aperto deles é que tu é lembrado como SOS e pessoa certa para acolhê-los e, quando é tu, some todo mundo?!

Essa semana me vi pensativa e lembrei de uma crônica do Padre Fábio de Melo que fala sobre “terreno baldio” emocional que muitas vezes somos para quem nos cerca. As pessoas vêm até nós, despejam todo a “sujeira” que incomoda, saem se sentindo mais limpas e leves, e deixam conosco tudo aquilo que não nos pertence.

Assim, acumulamos incômodos, estresses, sentimentos de negação e contrariedade, “enchemos nosso copo”, transbordamos preocupações… e nem sempre os motivos disso tudo são nossos. A maioria é a soma do que nos trazem e nos acumulam como terrenos baldios que não somos.

E quando nossa grama não está tão verdinha quanto gostaríamos? Quando os reparos são necessários e estamos sem forças para retocá-la? E quando seria bem-vindo alguém para ajudar a varrer os excessos e nos ajudar a vislumbrar nosso jardim interior florido novamente… Essas pessoas aparecem?! Alguém aparece?! Quem aparece?!

Pergunto e repito a pergunta porque a gente precisa se questionar sobre quem soma e sobre quem só suga.

Se o colo que você oferece vira vazio quando é você quem precisa, será mesmo que as pessoas que te consideram têm a mesma consideração por você?! Notam que teu terreno está precisando de ajuda para voltar a ser limpo ou só lembram dele quando precisam descarregar a própria sujeira?!

A questão não é o nosso próprio lixo. Esse a gente varre, reorganiza, separa e sacode a poeira. O nosso lixo a gente recicla, limpa e faz dele matéria-prima para os nossos recomeços que são e serão muitos a vida toda. A questão é quem está contigo nessa transformação e não só por ocasião.

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