AVANÇOS
Tempos estranhos do algoritmo
O volume de trabalho é invencível, mas a solução que se avizinha
Última atualização: 12/03/2024 11:02
Por inúmeras vezes critico o decisionismo e o ativismo judicial, mesmo que tenhamos excelentes magistrados.
Mas, pergunto: alguém acredita seriamente que eles têm condições de ler todas as petições que lhes são direcionadas todos os dias? Não têm.
Digo mais. Não têm condições de ler nem tudo que é pedido nem tudo que é decidido, o que significa que temos ainda que dar graças a Deus que o assessor e o estagiário dele sejam bons.
E juro que consigo compreender tudo isso: o volume de trabalho é invencível; a demanda é enorme, especialmente com um ensino jurídico focado no conflito judicializado. Não há quem dê conta de tudo. Juiz é gente como a gente. Não vive só de processo.
A solução que se avizinha (em alguns setores já implementada ao menos em parte) é a inteligência artificial, para seleção, leituras e soluções de massa, onde impera o algoritmo, o mesmo que nos conhece mais que a nós mesmos e direciona o que vemos em nossas redes sociais por matérias.
Algoritmo, essa palavra da moda, nada mais é do que um conjunto de regras que, aplicadas sistematicamente a alguns dados de entrada apropriados, resolvem um problema em um número finito de passos elementares.
Confesso que tenho medo. Eu que costumo fazer petições com tudo bem explicadinho, receio chegar o dia em que terei que aprender a desenhar em vez de escrever.
Mas, pergunto: alguém acredita seriamente que eles têm condições de ler todas as petições que lhes são direcionadas todos os dias? Não têm.
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Mas, pergunto: alguém acredita seriamente que eles têm condições de ler todas as petições que lhes são direcionadas todos os dias? Não têm.