REFLEXÃO
Sororidade: enfim na boca do povo
Sororidade configura uma irmandade entre mulheres se defendendo e defendendo os mesmos ideais
Última atualização: 12/03/2024 10:59
A fábrica de palavras do nosso estimado Português não para de criar, reinventar e recuperar vocabulário. Influenciados que somos, como era de se esperar, por novas tecnologias, comportamentos e modas, quando você vê, já está lançando mão dos novos vocábulos no seu dia a dia, ao mesmo tempo em que coloca no congelador aquelas que foram substituídas. Afinal, não podemos nos perceber alienados.
Há cerca de 5 anos, a palavra narrativa veio para quem não concordava com algum discurso político e já ia logo apelidando o oposto, de narrativa. Interessante observar que antes dessa atual dicotomia política se acentuar, ninguém falava em narrativa. Junto com a narrativa veio a fala. Pelo menos por uns 50 anos não ouvia a fala, como sinônimo de manifestação. Agora é moda. Já ouviu a fala do CEO? Ou a fala do prefeito?
O seu computador, às vezes, leva algum tempo para pegar no tranco e logo vem a explicação: calma, estou inicializando. Temos aí um novo verbo originado e imediatamente adotado no nosso cotidiano, via tecnologia. Quando o ar condicionado falha ou a geladeira não liga, ninguém pensa em reiniciá-los. Talvez restartar, fosse aplicável.
Sororidade é das últimas semanas, tem origem no Latim, soror, que talvez o leitor já tenha ouvido em sorella (irmã). Fratello e sorella. Sororidade configura uma irmandade entre mulheres se defendendo e defendendo os mesmos ideais. Simplesmente não vejo necessidade. Elas já tomaram conta. Sororidade é uma solidariedade, ou uma sociedade entre sorelle. Uma palavra inventada em 1970 que só atinge o seu auge quando vai para a boca do povo. Agora.
Há cerca de 5 anos, a palavra narrativa veio para quem não concordava com algum discurso político e já ia logo apelidando o oposto, de narrativa. Interessante observar que antes dessa atual dicotomia política se acentuar, ninguém falava em narrativa. Junto com a narrativa veio a fala. Pelo menos por uns 50 anos não ouvia a fala, como sinônimo de manifestação. Agora é moda. Já ouviu a fala do CEO? Ou a fala do prefeito?
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Há cerca de 5 anos, a palavra narrativa veio para quem não concordava com algum discurso político e já ia logo apelidando o oposto, de narrativa. Interessante observar que antes dessa atual dicotomia política se acentuar, ninguém falava em narrativa. Junto com a narrativa veio a fala. Pelo menos por uns 50 anos não ouvia a fala, como sinônimo de manifestação. Agora é moda. Já ouviu a fala do CEO? Ou a fala do prefeito?