Silvio Santos, obrigado por ser a maior referência da nossa televisão

Não é difícil falar de Silvio Santos, pois ele esteve com a gente por mais de 60 anos. Toda a trajetória dele é elogiável e muito inspiradora. Do início como camelô ao império conquistado. É único. Silvio Santos não é o maior comunicador da história da televisão. Silvio Santos é a televisão. Esteve na telinha praticamente desde o começo e nos deixou praticamente no fim, já que a TV tradicional está “morrendo”.

CHARGE: Adeus, Silvio Santos

Não lembro exatamente quando ele entrou na minha vida, mas sei que fez parte da história, de alguma forma, de centenas de milhares de pessoas. E da minha não foi diferente. Assistia seus programas, principalmente os de domingo. Fui crescendo e entendendo o tamanho e a importância dele para a comunicação. Ninguém chegou perto e nem vai chegar. É a personalidade mais conhecida da nossa televisão, talvez o mais imitado. Criou bordões e memes quando nem sabíamos o que era isso. Soube fazer rir diversas gerações.

Por toda a admiração, no meu trabalho de conclusão da faculdade, o assunto não poderia ser diferente: Silvio Santos. Me arrisquei, me joguei, como Silvio fez tantas e tantas vezes. Fui convidado para a abertura da exposição sobre a vida dele, em São Paulo. A expectativa era grande pela presença do homenageado. E adivinha? Contrariando a todos, mas não o estilo Silvio Santos, ele não apareceu.

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Um tempo depois, consegui ficar por dois dias inteiros no SBT gravando um pequeno documentário sobre ele. Curiosamente, abro o filme com a pergunta: como será quando ele morrer? O dia chegou, infelizmente.

Não tive a oportunidade de conhecê-lo, mas pude ouvir sua voz ao vivo, a metros de distância, quando ele gravava o programa que leva seu nome. Foi diferente. Estranho. Sim, ele existia. Um mito. Uma lenda. A admiração cresceu ainda mais ao conhecer os bastidores de seu canal e falar com pessoas importantes na história do SBT. O patrão era leal aos seus amigos e funcionários. Nunca duvidei disso, mas ali era a prova de todo o imaginário que tinha.

O tempo passou. Anos depois chegou a pandemia. Silvio saiu do ar. Foi a primeira vez em cerca de 60 anos que ele nos deixou. Voltou, mas não por muito tempo. E agora, neste sábado, 17 de agosto, aos 93 anos, nos deixou novamente. Para sempre.

Na verdade, acho que não é fácil falar de um gênio. É difícil precisar o seu tamanho, o seu legado. A comunicação perde. As colegas de auditório perdem. A televisão brasileira perde. Eu perco.

Quem ganha? A TV! Pela criatividade, voz, carisma, alegria, inteligência e elegância com que esteve dentro da telinha. Estará eternizado em nossos corações. Obrigado, Silvio Santos.

Assista abaixo ao documentário, Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) sobre Silvio Santos e o SBT, com entrevistas com Danilo Gentili, Décio Piccinini, Mara Maravilha, Roque e Carlos Nascimento.