abc+

MEMÓRIAS DA CBD

Saudade de quando se jogava pela glória e pela honra de ser brasileiro

Mauro Blankenheim - Colunista | abcmais.com
Publicado em: 19/09/2023 às 07h:15 Última atualização: 25/10/2023 às 16h:01
Publicidade

Ai, que saudade eu sinto da CBD. Sou confesso saudosista sem medo da saudade, como se fosse coisa de quem não vive o seu tempo. A Seleção Brasileira, nesses longínquos tempos, era apenas um dos braços do desporto brasileiro.

Feliz ou infelizmente, o futebol cresceu de maneira tão estrondosa que a mudança se tornou imperativa. Juntos vieram os desmandos. A Confederação se tornou um balcão de negócios e um órgão arrecadador de taxas dos clubes e das federações estaduais. O palco pretendido por uma série de políticos aspirantes ao cargo maior da entidade.

De carona, surgiu a corrupção nos mais altos postos diretivos, entre as castas das mais nobres famílias brasileiras. Um produto em queda livre de prestígio junto ao torcedor brasileiro, que às custas de sua história e da rivalidade com os argentinos, construída ao longo de décadas, capta patrocínios polpudos de marcas mundiais que ainda veem o nosso futebol como o celeiro de grandes craques, que de fato, hoje, é a África.

Sinto uma saudade infinita, parafraseando o poeta, de jogadores únicos como Djalma Santos, Zito e Didi, pra deixar de lado os monstros consagrados ad aeternum. Jogavam pela glória e pela honra de serem brasileiros.

O mundo não tinha a feroz comunicação instantânea de hoje, que a tudo expõe e julga, o planeta parecia girar mais devagar e até mesmo o futebol tinha um ritmo mais cadenciado. No cenário atual, a entidade pasteuriza o entendimento tático e engessa a compreensão técnica do treinador, entregando-lhe uma listinha na chegada ao novo emprego: “esses não podem ficar de fora”.

O business é a atividade-fim da CBF.

LEIA OUTROS ARTIGOS DE MAURO BLANKENHEIM

Publicidade

Matérias Relacionadas

Publicidade
Publicidade