Opinião
Ressurreição
Última atualização: 01/03/2024 09:54
Bem-vinda, Páscoa, uma das datas que eu mais amo comemorar. Impossível não lembrar do coelho que passava nos dias anteriores ao domingo na casa do Vô Belmonte e da Vó Lúcia onde pelos cantos aparecia algum ovinho de chocolate ou ao amanhecer, antes de ir para a escola, nos chinelos algum bombom.
A vida imaginária infantil era muito diferente e os corredores de ovos nos supermercados eram mais encantadores do que assustadores na minha vida atualmente.
A Vovó Streb pintava os ovos fervidos de galinha com uma tinta que só se encontrava na Livraria Saile. Claro que era a Tia Paula que fazia tudo isso, porém fazia questão de dizer que era presente da Vovó. A tal tinta precisava de uma mistura de água, vinagre e álcool. Depois de pintados e secos eram lustrados com um paninho pingado em óleo.
Tinham os ovos de açúcar. Lindos. Saídos dos contos de fadas para nossos cestos de vimes, mas horríveis de comer porque era puro açúcar.
Não lembro de um domingo de Páscoa não ter sol. Depois do culto, começava a peregrinação das crianças para buscar os tais ninhos. Após, era sentar-se no sofá e contemplar todas as gostosuras perfiladas. Não tinha ovo com surpresa de brinquedo, mas era uma festa poder abrir os ovos maiores ou poder dar a primeira mordida nas orelhas do coelho.
Na minha casa, depois de alguns dias, tudo ia para uma grande lata hermeticamente fechada e aberta uma vez ao dia para escolher algum chocolate. Lá em casa tinha controle e compartilhamento de guloseimas.
Se a Sexta-feira Santa era um dia triste, cinza, silencioso e de reflexão, o domingo era a maior alegria. Deve ser por isso que chamamos de renascimento de Jesus esse domingo tão especial.
A vida imaginária infantil era muito diferente e os corredores de ovos nos supermercados eram mais encantadores do que assustadores na minha vida atualmente.
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A vida imaginária infantil era muito diferente e os corredores de ovos nos supermercados eram mais encantadores do que assustadores na minha vida atualmente.