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VAI UM REMEDINHO AÍ?

Proliferação de farmácias e a onda de hipocondríacos

Gilberto Jasper - Colunista | abcmais.com
Publicado em: 20/09/2023 às 07h:35 Última atualização: 25/10/2023 às 16h:03
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Não é novidade a incrível proliferação de farmácias. Não é um fenômeno exclusivo do RS, mas um fato consagrado no País. Estive em Colinas do Sul, pequeno município de Goiás. Na rua principal funcionam cinco drogarias.

Medicamentos



Talvez haja uma relação com a onda de hipocondria. Hipocondríaca “é a pessoa que desenvolve preocupação excessiva com a saúde. Acredita que qualquer manifestação do corpo significa uma doença grave”. Pode ser uma simples dor muscular ou a cor diferente da urina. Tudo é motivo de alarme.

Com a proliferação de gente que se acha doente, evito comentar qualquer dor ou comportamento anormal do meu organismo. Assim não preciso ouvir as “dicas”. Brinco dizendo que se me queixar de “dor na sobrancelha” vai aparecer alguém com sugestões infalíveis. Vão desde “conheço um especialista que atende pelo IPE”, até “tem outro pela Unimed e também homeopatia. É tiro e queda!”.

Há as indicações de medicamento “que acaba com a dor em três minutos”. Há comprimidos, chás milagrosos e até simpatias. Para acabar com as doenças vale até invocar o sobrenatural. Sou o oposto do hipocondríaco. Faço compras pontuais. Dia destes, minha filha se queixou de dor de cabeça e perguntou onde eu guardava os medicamentos. Em segundos ela berrou:

– Pai! Tu tem um único comprimido de Dorflex vencido há um ano! Não tem vergonha? – criticou.

Expliquei que na vizinhança existem três farmácias. Quando preciso, compro pequenas quantidades para não desperdiçar. Laboratórios e farmácias ganham muito dinheiro. Minha contribuição é dispensável para seus lucros.

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