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Opinião

Prepare-se para a nova era do pedágio free flow nas RSs

Na rota inicial do novo sistema gaúcho de pedágio - que terá teste na Serra já em setembro - estão as RSs 122 e 240; mas, prepare-se, porque a partir da adoção do free flow todas as rodovias a serem concedidas - como futuramente as RSs 118, 115 e 239, entre outras - terão cobrança com os chamados pórticos virtuais

Guilherme Schmidt
Publicado em: 18/08/2023 às 16h:25 Última atualização: 25/10/2023 às 15h:43
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Já há alguns meses se vem tratando sobre a questão do novo sistema de pedagiamento estadual, até prevendo o fim das tão atacadas e odiadas praças físicas de pedágio, com seus guichês e filas.

Pois nesta quinta-feira (17 de agosto), o governador Eduardo Leite oficializou a adoção do free flow nas rodovias do Estado, com gradual implantação, começando pelo já concedido bloco 3 das rodovias gaúchas, que pega as nossas RSs 240 e 122 que ligam os Vales do Sinos e Caí e a Serra, além das RSs 287, 446 e 453, administradas pela concessionária Caminhos da Serra Gaúcha (CSG).

Sistema free flow anunciado pelo Estado dará fim a praças nas rodovias onde for instalado



Sistema free flow anunciado pelo Estado dará fim a praças nas rodovias onde for instalado

Foto: Gustavo Mansur/Palácio Piratini

São muitas as questões em torno desta implantação, que devem ser melhor alinhadas nos próximos dias, já que em setembro já deverá ser iniciada uma experiência em Flores da Cunha, no km 100 da RS-122, com prazo de o teste se encerrar em dezembro quando efetivamente deverá se iniciar a nova modalidade de cobrança e a praça de pedágio existente deverá ser desativada.   

O sistema de fluxo livre (que já funciona na BR-101/Rio-Santos no Centro do País) é de cobrança automática ao ingressar na rodovia através de controladores (chamados de “pórticos virtuais”) que identificam o veículo quando entra na pista pedagiada e enviam ao condutor cadastrado a cobrança da tarifa – a princípio, são 15 dias para pagar o débito.

Tudo isso eliminando as praças físicas de pedágio (com seus guichês e filas – e funcionários, vale acrescentar) e com pagamento, a princípio, de acordo com a quantidade de quilômetros rodados – mas isso só será adotado mesmo daqui a dois anos no Estado, como anunciado pelo governo.

A polêmica da RS-118

A discussão dos novos pedágios nas rodovias do Estado foi que deu início a esta avaliação de uma nova estratégia.

Para lembrar melhor, foi a polêmica da implantação de um pedágio na RS-118 (negada em campanha eleitoral pelo governador então candidato à reeleição) que detonou o processo.

Os protestos antipedagistas na RS-118 fizeram com que todo o projeto de concessão de rodovias estaduais trancasse em uma discussão e estudos sobre a implantação de uma praça de pedágio na Rodovia Mario Quintana (certamente o poeta não esperava que sua estrada gerasse tanta polêmica) para manutenção do trecho duplicado e ampliação da duplicação para Gravataí, Alvorada e Viamão.

Bem, agora parece definitivo: praça de pedágio a RS-118 não deve ter, mas vai ter cobrança de tarifa. Free flow. Fluxo livre pago. Livre de parar no pedágio, mas não livre de pagar.

Próximos passos e cobrança por trecho

Serão dois anos para a implantação na íntegra, já com o pagamento por trecho percorrido, do novo sistema (coincidentemente ou não no final do governo Leite), devendo-se adequar tarifas e pontos nos quais os equipamentos de leitura de identificação que farão a cobrança digital da tarifa de veículos  serão instalados.

O exemplo utilizado na questão da tarifa por trecho foi de uma rodovia de 60 quilômetros de extensão onde só existe hoje uma praça física que cobra tarifa de R$ 10. Com o free flow, poderão ser instalados , por exemplo, quatro pórticos nesse trecho. Se mantida uma distância de 15km entre eles, cada um cobraria R$ 2,50, tornando a tarifa proporcional ao trajeto percorrido.

Vendo assim é bem melhor e mais justo. Mas a questão sempre é onde serão colocados os tais pórticos.

Modelo Free Flow começou a operar na BR-101, no trecho entre Rio de Janeiro e Santos, no final de março



Modelo Free Flow começou a operar na BR-101, no trecho entre Rio de Janeiro e Santos, no final de março

Foto: CCR Rio SP

Começa pela Serra

A primeira experiência do free flow será na RS-122, em Flores da Cunha, com previsão de testes a partir de setembro deste ano e funcionamento a valer a partir de dezembro.

O governo falou em Vale do Caí e Serra nesta experiência inicial, mas vale lembrar que a Scharlau, em São Leopoldo, onde começa a RS-240 já concedida, também coloca o Vale do Sinos na rota inicial do free flow, que seria adotado por aqui entre 2024 e 2025.

E no meio disso tudo, é preciso lembrar, ainda deverão ocorrer as concessões dos blocos 1 e 2 de rodovias, que incluem importantes RSs como a 118, 239 e 115, por exemplo. Dificilmente o governo Leite deixará de concluir esta meta, que já era para estar cumprida (as concessões de 30 anos), conforme havia se projetado quando o plano foi anunciado há cerca de três anos e lançado há dois anos. 

Fim dos pedágios físicos, início dos pórticos virtuais

Os pedágios físicos das RSs 240 e 122 que seriam erguidos em Capela de Santana e São Sebastião do Caí (que bateu fortemente o pé contra um pedágio na cidade e que agora poderá até ser mais que um, mas pelo menos “só” digitais) agora ficarão só no papel. As construções serão abortadas para adoção em pontos estratégicos dos chamados “pórticos virtuais”, equipamentos que identificarão o veículo ao entrar e sair da rodovia.

Os dois pedágios (de Capela e Caí) substituiriam em 2024 o atual de Portão, que, agora, na virada deste ano para 2024, também deve ser desativado para adoção do free flow.  

A pergunta agora é em quais acessos às rodovias a concessionária Caminhos da Serra Gaúcha (CSG), que é responsável pelo bloco 3 das RSs 240 e 122,  colocará os “pórticos digitais”. Ponto de entrada e saída da RS-240, a Scharlau certamente verá estes pórticos surgirem entre 2024 e 2026.    

Então, podem anotar: vem muita polêmica aí…

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