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TRÂNSITO FATAL

O que mais precisa acontecer no trecho da morte da BR-116?

De fevereiro até agora já são 11 mortes em acidentes na rodovia; trecho entre Novo Hamburgo e Estância Velha é o mais violento

Igor Henrique Muller
Publicado em: 07/08/2023 às 18h:43 Última atualização: 25/10/2023 às 15h:31
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Duas semanas atrás, depois que Cristofer Rafael Marques da Silva, 28 anos, entrou para a triste estatística como a décima morte do ano em acidentes entre os quilômetros 227 (Dois Irmãos) e 235 (Novo Hamburgo) da BR-116, peguei uma câmera, uma lente com bom zoom e passei uma hora no que já é conhecido como trecho da morte. Embora passe diariamente por ali para ir e vir do trabalho, precisava parar para entender – e registrar – o que acontece naquele ponto da rodovia. E confesso que fiquei assustado.

Acidente entre carro e caminhão deixa um morto na BR-116 | Jornal NH



Acidente entre carro e caminhão deixa um morto na BR-116

Foto: Laura Rolim/GES-Especial

AS DEZ VIDAS PERDIDAS ENTRE FEVEREIRO E JULHO EM ACIDENTES NA BR-116

Fiz três paradas, cada uma por cerca de 15 ou 20 minutos: perto da sinaleira do bairro Roselândia (Novo Hamburgo); perto do local onde Silva havia morrido dois dias antes, em uma entrada do bairro Rincão Gaúcho (Estância Velha); e na subida para Ivoti (também Estância Velha). Infelizmente, o que vi através da câmera foi um festival de infrações, imprudência e situações de risco. Voltei para a redação convencido de que o problema é maior do que parece.

SETE FERIDOS EM ACIDENTE NA SINALEIRA DO BAIRRO ROSELÂNDIA

Pois nesta segunda-feira (7) infelizmente noticiamos mais uma morte na BR-116, desta vez no quilômetro 233. É a subida para Ivoti, onde há pista dupla para quem sobe e pista simples para quem desce. A menos de 500 metros dali, três pessoas já morreram em acidentes desde o início do ano. É um ponto de risco, com visível excesso de velocidade e ultrapassagens perigosas e/ou proibidas. Isso sem contar o fluxo de veículos entrando e saindo da rodovia.

604 VEÍCULOS FLAGRADOS EM EXCESSO DE VELOCIDADE NO TRECHO DA MORTE

Não se sabe ao certo o que provocou o acidente fatal desta segunda-feira (7). Apurar as circunstâncias e as responsabilidades é tarefa da Polícia Civil. O que cabe a nós, enquanto sociedade, é alertar para o problema e cobrar soluções. A morte desta segunda mostra que o trecho da BR-116 entre o viaduto da RS-239 e a subida para Ivoti virou uma roleta-russa.

Passou da hora de as autoridades redobrarem a atenção e agirem com urgência. Sei que o Dnit está monitora o problema e que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) tem sido mais presente no trecho da morte. Mas ainda é pouco. Em média, de duas em duas semanas noticiamos uma morte por ali – sem contar os acidentes com feridos. Queremos manter ou estancar essa triste sequência?

Dnit, PRF, prefeituras, vereadores e entidades devem se unir para salvar vidas. SALVAR VIDAS, este é o ponto. Não é mais possível admitir que todos saibam do problema e pouco se faça para resolver. Se duplicar todo o trecho até Dois Irmãos é impossível no momento, que se adote meios para mitigar o problema. Melhorias na estrutura e na sinalização, reforço na fiscalização e outras soluções podem ajudar. Por que não tentar? O que mais precisa acontecer no trecho da morte da BR-116 para que ao menos se tente estancar o problema?

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