A tentativa de se colocar no lugar do outro, buscando compreender quem está do lado de lá, é uma solidariedade genuína, sem medidas.
Às vezes, na ânsia de nos percebermos, nos priorizarmos, esquecemos de vislumbrar os demais. É mesmo difícil caber neste espaço, que não é nosso. Podemos até sentir um desconforto, mas este sentimento é recompensado pelo bem que gera a empatia e a possibilidade do benefício da reciprocidade. Quem nunca desejou ser acolhido em seus medos e dores?
Empatia não significa tomar decisões pelas pessoas, mas se transportar, procurando experimentar de forma objetiva e racional o outro. É enxergar sem julgar, respeitando o tempo de cada um. Exige atenção, neutralidade e paciência, além da necessidade de estabelecer um filtro para proteger a si mesmo. É um exercício para a vida toda.
O coração fica leve e potencializamos, de fato, as relações interpessoais. Um olhar amoroso pode sim ser transformador. Sigo encantada pelas palavras, mas nada substitui as atitudes. Aquela coerência, que se apresenta sem amarras, despretensiosa e verdadeira, me seduz.
“Buscamos, no outro, não a sabedoria do conselho, mas o silêncio da escuta; não a solidez do músculo, mas o colo que acolhe”, definiu o educador e escritor Rubem Alves. E concluo afirmando: não é sobre quem te dá a mão, mas a respeito de quem não solta. Que de fato, algum dia, em outro lugar, alguém possa ser grato por ter me conhecido.
Fazer a diferença na vida das pessoas é ter o nome tatuado no lado de dentro do outro.
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