ABSURDOS
O martírio de Miguel
Miguel era constantemente torturado - fisicamente e com palavras
Última atualização: 16/04/2024 08:42
Miguel era um travesso. Era punido porque, quando saía por aí, roubava comida de outras pessoas. Aprendeu a ser um delinquente. Ficava por horas de castigo trancado dentro de um armário e tinha que escrever em cadernos, repetidamente, as frases que a mãe colocava: "Eu sou um filho horrível. Eu não mereço a mamãe que tenho. Eu sou ladrão. Eu não presto. Eu sou um filho malvado."
Lembrando que Miguel tinha sete anos e, na sua pouca idade, conseguiu ser malvado, ruim, horrível e ladrão. Seu maior pecado deve ter sido o de nascer em uma casa desestruturada, com uma mãe que certamente não o queria e não teve coragem de permitir que ele fosse adotado ou, então, se mudasse para morar com uma das avós. Talvez fosse sua chance.
Miguel era constantemente torturado - fisicamente e com palavras. Apanhava muito e chegou a quebrar azulejos com sua cabeça sendo jogada contra a parede.
Quando foi que essa mãe se perdeu e se transformou na pessoa capaz de matar seu próprio filho, colocá-lo numa mala e jogar no Rio Tramandaí?
Ao que consta, não foi sempre assim. Onde anda o pai do menino, que não notou tudo isso? Os vizinhos, parentes, professores e o Conselho Tutelar? Ninguém viu nada? Ninguém se meteu. Afinal, se nem em briga de marido e mulher se mete a colher, por que se meter com mãe e filho? Por este crime, sua mãe e a sua madrasta tiveram sentença de mais de 50 anos de prisão cada uma, passível de recurso. Miguel se juntou às estatísticas de vítimas de maus tratos.
No reino animal, desconheço espécies que fazem isso com sua prole.
Miguel era um travesso. Era punido porque, quando saía por aí, roubava comida de outras pessoas. Aprendeu a ser um delinquente. Ficava por horas de castigo trancado dentro de um armário e tinha que escrever em cadernos, repetidamente, as frases que a mãe colocava: "Eu sou um filho horrível. Eu não mereço a mamãe que tenho. Eu sou ladrão. Eu não presto. Eu sou um filho malvado."
Lembrando que Miguel tinha sete anos e, na sua pouca idade, conseguiu ser malvado, ruim, horrível e ladrão. Seu maior pecado deve ter sido o de nascer em uma casa desestruturada, com uma mãe que certamente não o queria e não teve coragem de permitir que ele fosse adotado ou, então, se mudasse para morar com uma das avós. Talvez fosse sua chance.
Miguel era constantemente torturado - fisicamente e com palavras. Apanhava muito e chegou a quebrar azulejos com sua cabeça sendo jogada contra a parede.
Quando foi que essa mãe se perdeu e se transformou na pessoa capaz de matar seu próprio filho, colocá-lo numa mala e jogar no Rio Tramandaí?
Ao que consta, não foi sempre assim. Onde anda o pai do menino, que não notou tudo isso? Os vizinhos, parentes, professores e o Conselho Tutelar? Ninguém viu nada? Ninguém se meteu. Afinal, se nem em briga de marido e mulher se mete a colher, por que se meter com mãe e filho? Por este crime, sua mãe e a sua madrasta tiveram sentença de mais de 50 anos de prisão cada uma, passível de recurso. Miguel se juntou às estatísticas de vítimas de maus tratos.
No reino animal, desconheço espécies que fazem isso com sua prole.
Lembrando que Miguel tinha sete anos e, na sua pouca idade, conseguiu ser malvado, ruim, horrível e ladrão. Seu maior pecado deve ter sido o de nascer em uma casa desestruturada, com uma mãe que certamente não o queria e não teve coragem de permitir que ele fosse adotado ou, então, se mudasse para morar com uma das avós. Talvez fosse sua chance.