ANÁLISE
O eleitor não é burro!
A mentalidade atual demonstra faz parececer que quando o meu candidato preferido perde, a burrice vence
Neste ano de 2024, cerca de 4 bilhões de pessoas, mais da metade da população mundial, irão às urnas, um feito histórico sem precedentes, registra a revista The Economist. Isto não significa, que a democracia venceu, pois o voto não é sinônimo de democracia por si só. Lembro ao leitor que regimes autoritários tem eleições com certa regularidade: há eleições em Cuba, China, Hungria, Rússia. Havia eleições no Brasil durante a ditadura civil-militar.
Um dos fatores que definem um regime democrático é a alta capacidade e liberdade que a sociedade tem em se organizar e contestar o governo de plantão. Características que nenhum dos países citados tem, pois exercem rigorosa pressão e controle sobre seus eleitores. Aliás, é próprio da mentalidade autoritária de esquerda ou de direita, achar que os eleitores não sabem votar, tentando controlá-los. Os lulistas indignados com a vitória de Bolsonaro em 2018, chamavam de burros os eleitores que votaram nele. Em 2022 foi a vez dos bolsonaristas chamar de burros os eleitores de Lula. Parece que, quando o meu candidato preferido perde, a burrice vence.
Hoje é bastante comum alegar que os eleitores com menos escolarização e renda preferem Lula à Bolsonaro. É verdade, mas isto nem sempre foi assim, os mais pobres e menos escolarizados votaram historicamente com a direita no Brasil. Depois da redemocratização, as eleições de Collor e FHC são a prova disto. A Bahia foi até pouco tempo reduto de Antônio Carlos Magalhães do PFL.
Ocorre que o eleitor tende a votar como você leitor, vota naqueles que eles percebem que o favorecem. Então é natural que a região nordeste, mais favorecida por políticas públicas para os mais pobres, vote mais à esquerda do que o sul, menos dependente destas políticas, vota mais à direita. Luiz Barsi (maior investidor da bolsa) fez "arminha" e Jorge Gerdau (empresário do aço) fez o "L" em 2022. Você acha que eles são burros?
Um dos fatores que definem um regime democrático é a alta capacidade e liberdade que a sociedade tem em se organizar e contestar o governo de plantão. Características que nenhum dos países citados tem, pois exercem rigorosa pressão e controle sobre seus eleitores. Aliás, é próprio da mentalidade autoritária de esquerda ou de direita, achar que os eleitores não sabem votar, tentando controlá-los. Os lulistas indignados com a vitória de Bolsonaro em 2018, chamavam de burros os eleitores que votaram nele. Em 2022 foi a vez dos bolsonaristas chamar de burros os eleitores de Lula. Parece que, quando o meu candidato preferido perde, a burrice vence.
Conteúdo exclusivo para assinantes
Para ver este conteúdo na íntegra, é necessário que você seja assinante
Um dos fatores que definem um regime democrático é a alta capacidade e liberdade que a sociedade tem em se organizar e contestar o governo de plantão. Características que nenhum dos países citados tem, pois exercem rigorosa pressão e controle sobre seus eleitores. Aliás, é próprio da mentalidade autoritária de esquerda ou de direita, achar que os eleitores não sabem votar, tentando controlá-los. Os lulistas indignados com a vitória de Bolsonaro em 2018, chamavam de burros os eleitores que votaram nele. Em 2022 foi a vez dos bolsonaristas chamar de burros os eleitores de Lula. Parece que, quando o meu candidato preferido perde, a burrice vence.