Opinião
O Clássico que pode ser a salvação do Vale
Na dança dos técnicos de Novo Hamburgo e Aimoré, os times do Vale buscam uma jogada que possa ser a salvação da ameaça de rebaixamento no Gauchão
Última atualização: 22/01/2024 13:26
A ordem no futebol do Vale do Sinos é buscar algo que mude o cenário desesperador que se desenha. Até se sabia que Novo Hamburgo e Aimoré não vinham com grandes ambições para o Gauchão 2023, e que escapar do rebaixamento já era uma vitória. Mas não se pensava que chegando perto da metade do Estadual a situação seria tão desesperadora. O futebol apresentado pelos dois times do Vale é desalentador, com alguns raros lampejos de esperança.
Nem mesmo jogando em casa contra os recém-chegados à Série A, Esportivo e Avenida, na arrancada da competição, Noia e Índio conseguiram três pontos. Aliás, os dois sequer chegaram a 3 pontos em quatro rodadas (ou seja, em 12 pontos disputados). O Novo Hamburgo teve dois empates em casa (Avenida e Juventude) e duas derrotas fora (Ypiranga e São Luiz).
O Aimoré fez pior e é por isso que amarga o Z2 ao lado do lanterna Esportivo - o único ponto dos dois é exatamente o melancólico empate por 0 a 0, entre eles, no Cristo Rei. No mais, o Capilé perdeu em casa para o São José e fora para o Brasil de Pelotas e o Caxias. Noia e Índio têm apenas um gol marcado em quatro jogos e 4 sofridos.
Os técnicos
O resultado de toda esta inoperância foi a queda dos dois técnicos - Gabardo e Edinho Rosa - na quinta e sexta-feira, um dia após mais uma rodada desastrosa. Parece precipitado, mas há aí uma estratégia. Ambos times enfrentam a dupla Gre-Nal no fim de semana. Perder é a lógica. Então, se algum dos novos técnicos zebrar e conseguir um ponto que seja já se trata de um avanço (deixar os técnicos que vinham mal e que não estavam convencendo poderia dar uma não desejada - principalmente pelas torcidas - sobrevida a eles).
O Aimoré trouxe Pingo, curiosamente (por conta do confronto deste sábado) um ex-jogador gremista que foi campeão com aquele mítico time de Felipão que se tornou campeão da Copa do Brasil de 1994. Aos 54 anos, ele já soma 12 como técnico. Já treinou dois times gaúchos (Caxias e São José), mas é um catarinense literalmente nato. Seu último time, o Marcílio Dias, até enfrentou o Aimoré, ano passado, na Série D do Brasileiro: duas vitórias do Índio por 3 a 2. O Marcílio foi mal. Mas, Pingo tem alguns sucessos no futebol catarinense pelo Brusque (campeão da Copa Santa Catarina em 2018) e até no Avaí (em 2014, quando livrou o time do Gustavo Kuerten do rebaixamento). É uma aposta para dar uma mexida nos ânimos da indiada.
Já o Novo Hamburgo deu uma cartada curiosa: trouxe para o seu comando o técnico dispensado pelo Aimoré: Edinho Rosa, que tem ao lado Preto, o ídolo do título de 2017 (um peso a mais nesta mudança de vestiário, afinal o cara tá lá nas fotos do Estádio do Vale levantando troféu de campeão gaúcho), como auxiliar. Parece estranho trazer o treinador de um time que igualmente está ameaçado de rebaixamento. Mas aí pesam duas questões: a primeira é que Edinho e Preto conhecem a sistemática do time do Estádio do Vale (comandaram a equipe em 2021 e foram vice-campeões da Copa FGF). Edinho, inclusive, tem um bom trabalho nas categorias de bases aniladas.
Mas é a segunda questão que pode pesar na escolha anilada pelos ex-aimoresistas: um dos jogos que pode decidir o destino dos dois times é o Clássico do Vale. Sim, está "longe", ainda, pois é só na décima rodada. Mas, pelo andar das coisas é bem provável que Noia e Índio joguem neste duelo a derradeira chance de evitar a queda. E aí, o Noia terá do seu lado um técnico que conhece o adversário. Isso pode ajudar, apesar de o jogo ser no Cristo Rei (apesar de ser algo que até agora não rendeu vantagem alguma ao Aimoré).
As águas vão rolar
Claro que pode ser que até a disputa do Clássico do Vale ambos times, agora com novos técnicos, consigam uma reação. É o que esperam as duas torcidas azuladas. Mas o que se viu até agora em campo é bem preocupante. Se Edinho e Pingo conseguirem mudar o futebol dos dois times será uma surpreendente reviravolta para Noia e Índio.
Calcula-se que serão necessários dez pontos para evitar o rebaixamento (os times têm caído com 9 pontos ou menos). Ou seja: o Novo Hamburgo teria que fazer 8 pontos contra Inter (em casa), Brasil de Pelotas (em casa), Esportivo (fora), Caxias (em casa), Grêmio (fora), Aimoré (fora) e São José (em casa). Já o Aimoré teria que buscar 9 pontos contra Grêmio (fora), Avenida (fora), Ypiranga (em casa), Juventude (fora), Inter (em casa), Noia (em casa) e São Luiz (fora).
É, não vai ser fácil. E infelizmente o que se vê até agora - a gente torce para que isso mude - é que Novo Hamburgo e Aimoré brigarão entre si para ver quem vai acompanhar o Esportivo na queda à Série A2 (antiga Divisão de Acesso). Tomara que o cenário mude. Boa sorte ao Pingo e ao Edinho Rosa. Vão precisar e muito.
Nem mesmo jogando em casa contra os recém-chegados à Série A, Esportivo e Avenida, na arrancada da competição, Noia e Índio conseguiram três pontos. Aliás, os dois sequer chegaram a 3 pontos em quatro rodadas (ou seja, em 12 pontos disputados). O Novo Hamburgo teve dois empates em casa (Avenida e Juventude) e duas derrotas fora (Ypiranga e São Luiz).
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Nem mesmo jogando em casa contra os recém-chegados à Série A, Esportivo e Avenida, na arrancada da competição, Noia e Índio conseguiram três pontos. Aliás, os dois sequer chegaram a 3 pontos em quatro rodadas (ou seja, em 12 pontos disputados). O Novo Hamburgo teve dois empates em casa (Avenida e Juventude) e duas derrotas fora (Ypiranga e São Luiz).