Opinião
O bom senso venceu na bomba de gasolina
Após dizer que não, governo Lula prorroga por mais 60 dias a isenção de impostos federais sobre combustíveis; uma medida para evitar o pior neste início de ano
Última atualização: 11/01/2024 10:19
Antes da virada do ano cheguei a comentar que a forma pela qual o governo eleito decidiu trilhar esta jornada do fim da isenção de impostos federais sobre combustíveis havia sido, sem dúvida, pouco perspicaz. Que começar o governo com um previsto aumento da gasolina que desencadearia um efeito dominó nos preços de alimentos em janeiro e fevereiro era, para dizer o mínimo, muito, mas muito pouco inteligente.
Mas eis que, como uma das primeiras medidas do ano, o governo Lula se rendeu ao ato inteligente (entre tantos outros tomados neste domingo de posse) de prorrogar por 60 dias esta isenção de impostos que incidem sobre os combustíveis, em especial sobre a gasolina, que no primeiro dia do ano já registrava aumentos de um real para mais (em Santa Catarina bateu perto dos R$ 6,30). Por aqui, o preço chegou a ficar entre R$ 5,77 e R$ 5,99.
Com raras exceções, alguns postos ( e é preciso dar parabéns e reconhecimento a estes) se mantiveram abaixo de 5 reais após o novo presidente da Petrobras, senador Jean Paul Prates (PT-RN), ter divulgado em redes sociais que Lula assinaria a prorrogação, mesmo com o parecer contrário do ministro da Fazenda Fernando Haddad. O ex-candidato a governador e presidente da República tinha sua razão. A isenção destes impostos somam bilhões de prejuízo aos cofres da União, que, mais do que nunca, precisa de dinheiro para pagar o Bolsa Família e outros benefícios prometidos em campanha.
Mas, o governo pesou, certamente, a antipatia da medida de aumentar os combustíveis logo de cara no mandato, e ainda correr o risco de ver uma escalada de preços e da inflação logo nos primeiros dois meses de governo.
Seja como for, os preços dos postos que elevaram em um real ou mais o preço da gasolina hoje devem recuar. Se o valor for muito acima de 5 reais acione o Procon. Afinal, há uma margem de lucro a ser respeitada. Neste domingo, por exemplo, ela não foi respeitada, já que, certamente, a nota de compra dos combustíveis de muitos postos ainda não calculava a isenção de impostos federais subtraída, o que geraria um valor maior no produto.
E quem pagou o pato (ou a bomba)...
Quem teve que abastecer neste primeiro dia do ano, para viajar ainda no domingo, acabou pagando este ágio de 1 real por litro aqui na região. No tanque cheio, foram de 50 a 60 reais a mais. Pior ainda quem foi para Santa Catarina, onde a gasolina chegou a R$ 6,29.
Para se ter uma ideia, se o motorista abasteceu 60 litros a R$ 4,77 (preço mínimo de de sábado no Vale do Sinos) gastou R$ 286,20; neste posto catarinense, pagando o preço deste domingo, gastaria R$ 377,40, quase 100 reais a mais.
Foi um erro calculado, pelo jeito, esta jogada política do novo governo que não quis que a medida de prorrogação da isenção, sugerida na semana passada, caísse na conta de Jair Bolsonaro, Paulo Guedes e cia. Foi por causa disso que alguns tiveram que pagar mais caro para abastecer neste domingo.
Mas, enfim, dos males o menor. A gasolina volta ao seu valor sem impostos federais, se evita uma escalada de alta de preços nos supermercados e nos próximos dois meses a gente vai ver qual será o rumo desta isenção federal e também da redução da alíquota de ICMS (aqui no RS em 17% - era 25% antes da limitação), que, aliás, os governadores querem derrubar, aumentando ela para pelos menos uns 20%.
É aquela "velha" tradição brasileira de esperar o carnaval chegar e o ano começar de fato.
Mas eis que, como uma das primeiras medidas do ano, o governo Lula se rendeu ao ato inteligente (entre tantos outros tomados neste domingo de posse) de prorrogar por 60 dias esta isenção de impostos que incidem sobre os combustíveis, em especial sobre a gasolina, que no primeiro dia do ano já registrava aumentos de um real para mais (em Santa Catarina bateu perto dos R$ 6,30). Por aqui, o preço chegou a ficar entre R$ 5,77 e R$ 5,99.
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Mas eis que, como uma das primeiras medidas do ano, o governo Lula se rendeu ao ato inteligente (entre tantos outros tomados neste domingo de posse) de prorrogar por 60 dias esta isenção de impostos que incidem sobre os combustíveis, em especial sobre a gasolina, que no primeiro dia do ano já registrava aumentos de um real para mais (em Santa Catarina bateu perto dos R$ 6,30). Por aqui, o preço chegou a ficar entre R$ 5,77 e R$ 5,99.