A descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação busca reparar injustiças contra a mulher. Mas a justiça não pode causar injustiça. Ao dizer que “não trata no voto de questões sobre a moral religiosa”, Rosa Weber é coerente na separação entre a lei humana e a lei divina. Mas, ao afirmar que não existe “o direito absoluto à vida desde a concepção”, contraria a ciência sobre o início da vida com a concepção.
Longe das questões jurídicas e afastado das paixões ideológicas, minha opinião está baseada, evidentemente, na convicção religiosa. E sem o “rabo preso” com qualquer política partidária, busco as palavras do apóstolo Pedro: “Antes importa obedecer a Deus do que às pessoas” (Atos 5.29).
Infelizmente o aborto sempre foi tema explorado nas paixões humanas. No entanto, cristãos equilibrados e coerentes aos ensinos bíblicos sabem que a vida é muito mais que matéria num corpo concebido no ventre da mulher. O ser humano tem alma. Davi sabia disso, tanto que confessa: “Tenho sido pecador desde o dia em que fui concebido”. Ao suplicar no mesmo Salmo 51: “Purifica-me de todas as minhas maldades e lava-me do meu pecado”, o rei de Israel confessa um crime contra a vida e confia no perdão através do Messias, o Deus-Homem concebido no ventre de Maria.
A Bíblia não fala do aborto assim como dos crimes que tiram a vida pelas drogas. Mas, ela é categórica no mandamento “não matarás”. E quando Jesus diz que os seus discípulos precisam negar-se a si mesmos para segui-lo, os direitos dos outros estão em primeiro lugar, fora ou dentro do ventre – tudo motivado pela lei do amor.
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