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Opinião

Nossas crianças precisam de proteção em um mundo de ódio insano

Tragédia em creche de Blumenau não é a primeira e nem será, infelizmente, a última. Mas temos condições de evitar outros ataques covardes como este

Guilherme Schmidt
Publicado em: 05/04/2023 às 14h:20
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O covarde ataque a uma creche em Blumenau, com a morte de quatro crianças (a machadadas!) e uma quinta atingida gravemente além de mais outras feridas, reacende, mais uma vez, a questão da segurança nas escolas. Não se trata de crucificar os educandários, mas de buscar meios de que os pais e responsáveis que entregam suas crianças às instituições tenham a tranquilidade de que elas estão em segurança.
Não dá para imaginar a dor de um pai ou um mãe que entrega sua criança aos cuidados de uma escola e que acaba tendo a notícia de que ela se foi, está morta.

O grau de violência e insanidade em que a sociedade se encontra – e isso por si só necessitaria de uma longa dissertação para analisar – agrava a urgência de medidas fortes para coibir a entrada de invasores no ambiente escolar, um crime bárbaro que vem crescendo nos últimos anos.
E não pensem que isso só aconteça lá, longe de nós. Diariamente as escolas aqui da nossa região metropolitana convivem com ameaças, a maioria, felizmente, boatos de pessoas estúpidas que usam as redes sociais para espalhar terror. Mas estamos a um passo do boato se tornar fato. Basta uma brecha, um descuido, a falsa crença de que estamos em segurança.

Temos a capacidade e a tecnologia suficientes para evitarmos o pior. Muros altos com algum reforço no topo (cercas elétricas, arames farpados ou concertinas – dentro das normas legais), sistemas de câmeras que cobrem pontos de acesso e os chamados “pontos cegos” (não tão visíveis), alarmes, vigilantes presenciais no pátio e acessos, protocolos de entrada e saída sempre com portões fechados e controlados, contato emergencial e direto com forças de seguranças, enfim, a lista pode até se estender, mas tudo isso é necessário hoje em dia.

E não interessa se a escola é pública ou privada. Estados e municípios têm a obrigação de investir neste quesito segurança, pois têm, sim, recursos para isso, assim como as redes particulares. A segurança de crianças e adolescentes, além das equipes escolares, é essencial. Muito mais que asfalto ou outras obras de infraestrutura, deixar as escolas seguras é uma obrigação nestes tempos de ódio.

Vivemos em um mundo doente, no qual a potencialização do mal parece não ter fim. Por isso, enquanto não conseguimos reverter esta cadeia de ódio que, sim, sempre esteve entre nós, com um caso ou outro de insanidade, mas que foi “libertada” de forma escancarada nos últimos anos, precisamos buscar a prevenção. Evitar o risco. E, para isso, é preciso cobrar das autoridades uma ação mais enérgica de exigir medidas de segurança nas escolas. Assim como se desencadeou a questão dos planos de prevenção contra incêndios com a tragédia da boate Kiss. A hora é de evitar tragédias. Temos como.

Em um mundo em que a fé no ser humano está abalada, é preciso proteger a vida de nossas crianças e adolescentes. Não é deles a culpa deste mundo de ódio alimentado por adultos insanos e covardes.

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