REFLEXÃO
Longe do furacão, em paz
O corre-corre de finla de ano está diferente
Última atualização: 11/12/2024 21:19
Esta semana, em visita rotineira ao médico, ouço a seguinte frase, proferida com total ironia: "Se meus pacientes não consultarem até 23 de dezembro, vão todos morrer!", referindo-se à ansiedade das pessoas neste final de ano.
Pelos meus cálculos, este é o segundo final de ano que passo aposentada. Deste lugar "aposentado" vejo com muita clareza, através do cotidiano das pessoas, o mesmo corre-corre que enfrentei nesta época do ano nas edições anteriores pré-natalinas. Eram os presentes para clientes, os presentes dos clientes aos seus próprios clientes, os presentes secretos, os presentes dos parentes, as festinhas de despedida. Tudo numa roda viva de atividades.
Pois agora sinto como se tivesse saído do meio de um furacão e vejo à distância aquelas milhares de pessoas rodando pelas ruas, lojas e restaurantes num burburinho sem fim. Me dá um tanto de dó. Dó do tempo que eu mesma perdi correndo atrás de coisas não memoráveis, dói perceber boa parte do planeta correndo atrás do que não vai dar em nada. Meus dezembros memoráveis remetem há mais de 50 anos quando o tempo passava tão devagar que contávamos os minutos para que o dia 24 chegasse com seu esplendor.
Os astros principais eram o pinheiro iluminado às velas e o presépio, simples como uma pequena estrebaria, o cocho abrigando a criança Jesus, seus pais, pastores, reis magos e tinha até lago feito de espelho introduzido ao meio à barba de pau com patinhos nadando. Biscoitos e doces feitos em casa, reproduziam receitas aprendidas por gerações. Parecia que o tempo pairava no ar em profunda paz, obedecendo à frase que o pastor sempre proferia ao final de cada culto e que desejo nestes momentos de final de ano " Que o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e te dê a paz".
Pelos meus cálculos, este é o segundo final de ano que passo aposentada. Deste lugar "aposentado" vejo com muita clareza, através do cotidiano das pessoas, o mesmo corre-corre que enfrentei nesta época do ano nas edições anteriores pré-natalinas. Eram os presentes para clientes, os presentes dos clientes aos seus próprios clientes, os presentes secretos, os presentes dos parentes, as festinhas de despedida. Tudo numa roda viva de atividades.
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Pelos meus cálculos, este é o segundo final de ano que passo aposentada. Deste lugar "aposentado" vejo com muita clareza, através do cotidiano das pessoas, o mesmo corre-corre que enfrentei nesta época do ano nas edições anteriores pré-natalinas. Eram os presentes para clientes, os presentes dos clientes aos seus próprios clientes, os presentes secretos, os presentes dos parentes, as festinhas de despedida. Tudo numa roda viva de atividades.