Na edição de 17 de outubro, o Jornal NH, mostrando, na capa, carros jogando água aos borbotões para todos os lados, estampou uma pergunta que todas as pessoas se estão fazendo: “Não vai parar de chover?”. A indagação veio ao encontro de todos, e o jornal prosseguiu, anunciando muita chuva em todo o sul do Brasil, nas próximas semanas.
Realmente, faz meses que só chove. Conversando a respeito com um agricultor, ele se queixou: “Não consigo trabalhar e, além disso, o que plantei a enxurrada está levando”. E continuou: “Meu cunhado é pedreiro, também está parado, e o pior é que perdeu a casa. Prometeram uma nova e, até agora, só conversa”.
Estamos na primavera, linda estação das flores, mas carregada de nuvens pesadas com assustadores festivais de raios e trovoadas. Num voo em que estive, semana passada, em meio a longas turbulências, os passageiros até foram impedidos de desfrutar do almoço que costuma ser servido a bordo. Uma menina, num momento já mais tranquilo, observou: “Que lindo céu, parece uma pintura, mãe!”. De fato, era lindo, mas, olhando para baixo, via-se o cenário obscuro que está causando muito sofrimento e, mais abaixo, invisíveis, milhões de pessoas que são corresponsáveis por isso.
Pelo que já passamos ou que ainda passaremos, urge refletirmos sobre o significado do verbo prevenir. É uma tarefa abrangente e de sérias mudanças de hábitos, além de importantes novas ações. Pena que tenhamos pouco planejamento para armazenar parte do que São Pedro nos envia. Fosse o contrário, poderia evitar que, num futuro nem tão distante assim, houvesse novas queixas e todos clamando por chuva.
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