MEMÓRIA
Lembrando Herzog
Última atualização: 25/10/2023 16:20
O calendário político, jurídico e institucional do Brasil reserva para 25 de outubro a data consagrada como Dia da Democracia, em lembrança e homenagem a Vladimir Herzog, jornalista e diretor de jornalismo da TV Cultura, em São Paulo, em 1975. Foi preso pela ditadura de então e morreu sob tortura nas dependências do DOI-CODI, Departamento de Operações de Informação, no Centro de Operações de Defesa Interna do II Exército, na Rua Tomás Carvalhal, no bairro do Paraíso, na capital paulista. Triste ironia que o nome do lugar provoca, eis que o inferno é que na verdade estava ali. E Herzog não foi o único a sofrer as agruras do período ditatorial em nosso país.
Vlado Herzog era seu nome de batismo, nascido em 1937 na Iugoslávia, filho de judeus. Clarice foi sua mulher. Herzog naturalizou-se brasileiro e adotou o nome de Vladimir. Após a sessão de tortura por choques elétricos, morreu. Os militares armaram uma cena de suicídio, divulgando uma foto de Herzog dependurado em uma janela. Como se disse muitas vezes, "Herzog foi mais um preso político que suicidaram na cadeia".
A morte de Vladimir Herzog provocou a primeira reação popular contra a tortura e desrespeito aos direitos humanos. Indignaram-se jornalistas, escritores e o mundo teatral. Herzog foi dramaturgo e cineasta, sendo também fotógrafo de reconhecido talento.
O laudo cadavérico de Herzog, corrigido anos depois de descrever um enforcamento, finalmente assinalou a morte como resultado de lesões provocadas pela tortura. Hoje tem atuação o Instituto que leva seu nome e outorga o Prêmio Vladimir Herzog de Direitos Humanos.
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