ESTRELA DE PURA LUZ
Irmã Valéria
Aos sete anos, estudava no Colégio São Luiz, em Novo Hamburgo, e meu maior sonho era ser anjinho na procissão de Corpus Christi. A irmã Valéria era a diretora e, naquela semana, escolheria os anjinhos para a celebração. Justamente naquela semana perdi dois dentinhos e, segundo meu pai, ficou uma porteirinha.Fiquei apavorada, pois, com certeza, a irmã não escolheria uma "anjinha banguela".
Chegou o dia esperado e ela me escolheu. Mostrei a porteirinha, então ouvi a frase inesquecível: "Jesus adora anjinhas banguelas". Ficamos amigas.
Na época, também aconteceu grande enchente. Lá estava a irmã acomodando as famílias, até conseguirem voltar para casa. Ela me delegou a tarefa de cuidar das crianças, trocar as roupas molhadas e organizar a fila da sopa.
Aconteceu de uma menina estar com a roupa molhada e cheia de piolhos. Arrumei roupas limpas, água pro banho e cortei os cabelos para aliviar a coceira. O pai da menina gritou comigo e com a irmã, pois na sua religião o cabelo comprido era sagrado. A irmã se desculpou, o homem foi acalmando e agradeceu pelo tanto que ela estava fazendo.
O tempo passou, fui estudar em outra escola. Não via mais a irmã. Adulta, soube que ela seguia em suas caridades. Ela tinha uma Rural Willys que a levava a suas missões, e a gasolina era oferecida nos postos como reconhecimento àquela alma generosa.
Algumas pessoas em nossas vidas são estrelas de pura luz. Assim, por mais que o tempo passe, volto a ser a menina iluminada pela luz daquela freira e suas santas palavras: "Jesus adora anjinhas banguelas".
Aos sete anos, estudava no Colégio São Luiz, em Novo Hamburgo, e meu maior sonho era ser anjinho na procissão de Corpus Christi. A irmã Valéria era a diretora e, naquela semana, escolheria os anjinhos para a celebração. Justamente naquela semana perdi dois dentinhos e, segundo meu pai, ficou uma porteirinha.Fiquei apavorada, pois, com certeza, a irmã não escolheria uma "anjinha banguela".
Chegou o dia esperado e ela me escolheu. Mostrei a porteirinha, então ouvi a frase inesquecível: "Jesus adora anjinhas banguelas". Ficamos amigas.
Na época, também aconteceu grande enchente. Lá estava a irmã acomodando as famílias, até conseguirem voltar para casa. Ela me delegou a tarefa de cuidar das crianças, trocar as roupas molhadas e organizar a fila da sopa.
Aconteceu de uma menina estar com a roupa molhada e cheia de piolhos. Arrumei roupas limpas, água pro banho e cortei os cabelos para aliviar a coceira. O pai da menina gritou comigo e com a irmã, pois na sua religião o cabelo comprido era sagrado. A irmã se desculpou, o homem foi acalmando e agradeceu pelo tanto que ela estava fazendo.
O tempo passou, fui estudar em outra escola. Não via mais a irmã. Adulta, soube que ela seguia em suas caridades. Ela tinha uma Rural Willys que a levava a suas missões, e a gasolina era oferecida nos postos como reconhecimento àquela alma generosa.
Algumas pessoas em nossas vidas são estrelas de pura luz. Assim, por mais que o tempo passe, volto a ser a menina iluminada pela luz daquela freira e suas santas palavras: "Jesus adora anjinhas banguelas".
Chegou o dia esperado e ela me escolheu. Mostrei a porteirinha, então ouvi a frase inesquecível: "Jesus adora anjinhas banguelas". Ficamos amigas.