Gre-Nal da ilusão

Ano passado escrevi sobre o avesso da gangorra aqui mesmo nesse espaço, e falei do quanto a dupla Gre-Nal tem se esforçado para frustrar expectativas e decepcionar as torcidas.

Até o Gauchão, onde a soberania era praticamente intocável, se vê uma queda de rendimento e desempenhos longe do esperado, além de uma qualidade técnica bem abaixo que se exige de quem tem um investimento e estrutura infinitamente maior que os demais.

Aí vêm as demais competições e, conforme vão ampliando os horizontes dos adversários, mais se reduz nossa perspectiva de esperança de um novo título de expressão.

Onde foi que se perdeu nossa capacidade de criar times competitivos mesmo com elencos que não fossem os mais caros? Cadê nossas revelações de base que chegavam à medida que um dos destaques iam sendo negociados? Quem calou nossa vibração em campo para se indignar com as situações desperdiçadas e fazer com que os adversários, ao menos, nos respeitassem como difíceis de sermos batidos?

Qualquer um acha que é possível ganhar de Grêmio e Internacional hoje em dia. Grêmio e Internacional se submetem às suas fragilidades e as aceitam como natural de jogo, e com a desculpa de que as irregularidades estão dentro da normalidade porque "todos enfrentam dificuldades".

E assim vamos, literalmente, cumprindo tabela. Porque enquanto não reconhecermos que estamos abaixo do que um dia fomos, e muito aquém do que um dia jogamos… seguiremos aplaudindo as conquistas de quem não joga de ilusão.

Domingo tem Gre-Nal. A realidade é que pode ser que vença o menos pior. Mas hoje, com o que temos vivenciado, vencer pode servir para "iludir" que tudo está bem e promover a mesmice que tem empatado a vida dos dois.

O clássico que poderia ser um jogão e tanto, traz a perspectiva de um sofrimento e tanto de dois clubes que deveriam estar se impulsionando na grandeza que representam.