REFLEXÃO
Futebol e saúde mental
A equipe principal da Seleção Brasileira não tem acompanhamento psicológico desde 2014
Última atualização: 25/10/2023 16:18
A saúde mental no esporte vem tomando uma visibilidade maior. Na última semana, a Confederação Brasileira de Futebol confirmou que a equipe principal não tem acompanhamento psicológico desde 2014. No entanto, as eliminatórias da Copa do Mundo 2026 têm trazido à tona essa discussão após atletas de diversas modalidades revelarem seus problemas ligados às cobranças, à pressão e ansiedade gerados pelos esportes de alta performance. Richarlison, do Tottenham, e Rodrygo, atacante do Real Madrid, são exemplos na busca por psicoterapia após momentos difíceis na vida profissional ou pessoal. Já a Seleção feminina e algumas equipes da categoria de base tem um profissional da psicologia compondo o grupo.
Será que essas notícias refletem a forma que os brasileiros do gênero masculino lidam com as questões da saúde mental?
O documentário O silêncio dos homens, disponível no YouTube, revelou que apesar dos homens ocuparem posições de poder não somente no mundo competitivo dos esportes mas, também, no mercado de trabalho e nas relações sociais, a grande maioria acaba silenciando sentimentos e emoções. Em 2022, o Instituto Ideia fez uma pesquisa revelando que 79% dos homens no país nunca fizeram terapia. Apesar de 83% já terem sentido sintomas de estresse, 74% de ansiedade e 34% de depressão. O motivo principal seria o custo do tratamento, mas certamente, as dificuldades não param por aí. Nossa cultura não favorece que os homens se expressem demonstrando tudo aquilo que nem sempre está tão claro e seguro dentro de si. Apesar de haver um movimento de mudança, as consequências para a saúde mental masculina gera para eles próprios e para a sociedade um sofrimento psíquico que poderia ser tratado e diminuído.
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