Opinião

Fughetti, Luz que não se apaga

O adeus a um dos ícones do rock gaúcho merece toda reverência pela história, amor, energia e pioneirismo

Publicado em: 14/04/2023 20:54
Última atualização: 04/03/2024 08:59

Fuga para alguns, bixo para outros, mestre para muitos, inspiração para tantos mais, Fughetti Luz para a história da nossa música e principalmente do rock gaúcho. Marco Antonio de Figueiredo Luz, 76 anos completados ainda em março (dia 10), faleceu na madrugada desta sexta-feira (14), deixando uma legião de fãs, amigos e admiradores. E a partir de agora é preciso que o seu legado seja honrado, reverberado e sempre lembrado neste mundo de memória curta e de exaltação às efemeridades.

Fughetti é um dos pilares do rock gaúcho quando a expressão rock gaúcho nem era levantada. Começou lá nos efervescentes anos 1960, quando apareceu com a banda Liverpool (que logicamente bebia na fonte dos Beatles). Aí veio o Bixo da Seda, uma referência do rock setentista que durou até o final daquela década. E aí, nos anos 1980, ao som furioso do Bandaliera e também do Taranatiriça, fomos presenteados com clássicos como Campo Minado, Lado Animal e Rockinho, só para citar aquelas canções que agitaram todas as festas oitentistas quando o cenário fez o "selo" rock gaúcho emergir.


Fughetti Luz morreu nesta sexta-feira (14) Foto: Reprodução

Mas o rock gaúcho já era efervescente nas veias do típico maluco beleza que viveu fundamentos hippie e dançou ao som das guitarras enfurecidas do genuíno rock and roll. Dizia que o instrumento que tocava eram as cordas vocais. Mas, na real, o instrumento era ele próprio, com sua energia e vontade de que todos levassem a fundo o ensinamento de "entre na raia e dance esse rock'n'roll, xará"!

O colega jornalista Juarez Fonseca fez uma matéria/entrevista em 2015 com Fughetti - e ela foi republicada nesta sexta (dá para conferir até lá no Face do próprio Juarez) - intitulada "Pra tudo que termina há um novo recomeço". Esta frase, sem dúvida, pode ser a guia da missão de todos que conheceram e admiram a obra de Fughetti.

Se a jornada física dele se encerrou (assim como do grande amigo/irmão de rock Marco Kirsch, falecido precocemente em 2021), que a gente trace um novo recomeço lembrando a obra dele o tempo todo, seja em discos, CDs, rádio, Internet... Não dá para deixar morrer este legado, que, apesar de ter ficado meio restrito a sulistas, é tão grande quanto o nosso Brasil.

Sim, Luz é um dos pioneiro do rock nacional, apesar de sua luz ter brilhado mais intensamente no cenário gaúcho. Que a gente não canse de levar o seu som a todos, como ele ensinou em suas letras.

"Eu não posso calar, tenho muito a dizer
Tenho que escancarar, que que eu posso fazer?
Além de preparar o terreno pra nova geração
Posso cantar, posso espalhar
As sementes que amanhã brotarão
Detonando um rock 'n roll!
Posso cantar, posso espalhar
As sementes que amanhã brotarão
Detonando um rock 'n roll!" 

Que o legado de Fughetti se perpetue. E quanto a nós, que hoje lamentamos a partida dele deste plano, resta a partir de agora seguir a letra: "Cante um rock e fique legal!"

 

 

 

 

 

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