Opinião
Eleições permanentes
Última atualização: 06/03/2024 10:54
Tem muita gente desencantada com a política, milhões de eleitores descrentes da efetividade da democracia e mesmo políticos desistentes. "É que as eleições nunca terminam...", disse-me um respeitável cidadão, que não mais tolera ter que cumprir os mandamentos da lei e prefere aumentar os números da abstenção nos pleitos futuros.
Perguntei-lhe então sobre o fato de eleições nunca terminarem. O que ele pretendia dizer com essa afirmação. E a resposta foi clara, direta, singela e, por tudo isso, verdadeira: "Os eleitos continuam nos palanques, fazendo comícios diários e praticando manobras pouco nobres, para que consigam a perpetuidade no poder".
Então, percorri os noticiários e pesquisei múltiplas análises e variados comentários de respeitáveis especialistas. Todos em pleno acordo, chancelando o que meu interlocutor tivera dito. Chega-se ao nível da insuportabilidade, quando levantamos o tapete que encobre muitos indesejáveis segredos do mundo que se convencionou chamar-se de político-partidário-institucional. Assim mesmo, um triplo vocábulo composto a indicar que os partidos professam a política para chegarem ao poder nas instituições. E nada mais lhes interessa que o poder.
Com essa compreensão do quadro inteiro é que iremos concordar com os desistentes e defensores da abstenção. Veja-se o que estamos experimentando por esses dias, com a proposta de uma legislação reguladora da comunicação nas redes sociais, a chamada "lei das fake news". Quais os limites do pretendido controle? Quais os riscos a que se iria expor a democracia, sendo a lei finalizada por representantes de uma ou outra corrente ideológica e doutrinária?
Quem souber responder, habilite-se. E que tenhamos a felicidade de convivermos em ambiente de sinceridade e honestidade cidadã.
Estamos percorrendo os caminhos que nos levarão a uma nova eleição, a municipal. E o que menos se tem ouvido na fase preliminar de agora são depoimentos e propostas colhidas na mesa da honestidade e dos princípios fundamentais. Na verdade, tudo ocorre como desdobramento e novos capítulos das eleições mais recentes, em indesejáveis debates inesgotáveis, vazios e permanentes.
Não sei até onde estejam aí alguns dos motivos que retirarão da vida pública o ex-prefeito e ex-parlamentar José Fortunati, que, falando ao colega João Victor Torres, no programa Ponto e Contraponto, da Rádio ABC 103,3 FM, anunciou que estará fora de qualquer candidatura em 2024. Um autêntico "ficha limpa" que se despede. Lastimável.
Perguntei-lhe então sobre o fato de eleições nunca terminarem. O que ele pretendia dizer com essa afirmação. E a resposta foi clara, direta, singela e, por tudo isso, verdadeira: "Os eleitos continuam nos palanques, fazendo comícios diários e praticando manobras pouco nobres, para que consigam a perpetuidade no poder".
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Perguntei-lhe então sobre o fato de eleições nunca terminarem. O que ele pretendia dizer com essa afirmação. E a resposta foi clara, direta, singela e, por tudo isso, verdadeira: "Os eleitos continuam nos palanques, fazendo comícios diários e praticando manobras pouco nobres, para que consigam a perpetuidade no poder".