Opinião
É pau, é pedra, é a gasolina aumentando
Ainda sem falar em valores, governo federal decide acabar com suspensão da cobrança de impostos federais sobre o combustível e mercado já se agita
Última atualização: 25/01/2024 16:28
Sempre se fala que o ano começa em março, depois do carnaval. Pois as águas de março vão chegar nesta quarta-feira com pau, pedra e o fim das isenções de impostos federais sobre gasolina, algo que o governo federal deve detalhar - ainda não se sabe em que patamar esta volta da cobrança será, mas deve ser algo gradativo, ou seja, aos poucos (fala-se em 70%) - nesta terça-feira (28), derradeiro dia de fevereiro.
Este "rolo" dos impostos x gasolina é tratado pelo presidente Lula como a grande "armadilha de Bolsonaro". É que a desoneração ocorreu em junho do ano passado, às vésperas de quando se iniciava a corrida eleitoral de fato, com a desculpa que era preciso frear a inflação. Só que a medida criava um rombo fiscal imenso (assim como, dentro de outras proporções, Dilma Rousseff fez para se reeleger em cima do freio na energia elétrica). Claro que se tratando de Brasil, é um problema de cada vez. A medida de voltar com os impostos era inevitável, mesmo que Bolsonaro fosse reeleito - basta olhar a questão do tarifaço na energia que o governo bolsonarista aplicou, só derrubando ele também às vésperas da eleição.
Alta em gradual
Mas a realidade é que desde a semana passada o litro do combustível já vem sofrendo reajustes nos postos, que dizem repassar o valor a mais cobrado pelas distribuidoras que viriam operando com preço ainda abaixo do limite, dentro do que chama regulação de mercado e demanda.
Estes aumentos fizeram a gasolina saltar da casa dos R$ 4,50 para R$ 4,60, R$ 4,80, R$ 4,90 e chegar até R$ 5,09 no Vale do Sinos e bater em R$ 5,40 para mais em alguns postos da região metropolitana e da Serra gaúcha. Vale lembrar que na virada do ano, quando os impostos federais voltariam a ser cobrados, a gasolina aqui na região chegou perto de 6 reais, com preço médio girando em torno de R$ 5,79.
O que vem por aí
A expectativa imediata agora é como o mercado de postos de combustíveis deve reagir com estas últimas horas antes da suspensão da isenção dos impostos, mesmo sem saber qual será o percentual de reajuste com os impostos. Estima-se de 50 a 70 centavos a alta nas bombas na quarta-feira, mas antes de chegarmos a isso os preços podem girar nas tabuletas dos postos.
E a previsão é de uma correria aos postos nesta segunda e terça-feira, o que fará um outro dominó ser ativado: o da demanda. Se muita gente vai abastecer, o produto vai escasseando na bomba. Como as distribuidoras também ainda não sabem quanto poderão cobrar, podem não levar seu produto nestes dois dias aos postos e aí pode faltar gasolina para os condutores.
E aí, meu amigo e minha amiga, o mercado faz girar aquela roleta do preço majorado pela oferta.
É claro que também podem entrar aí os Procons na batalha contra os preços abusivos. Por isso, o consumidor deve denunciar e os órgão, imediatamente, sem deixar para o dia seguinte, atuarem incisivamente.
Some-se a essa agitação do combustível à volta (via decisão judicial) do retorno da cobrança do ICMS sobre transmissão e distribuição na energia elétrica e entramos no novo bimestre com uma projeção de aumentos de preços e arrocho no bolso dos brasileiros. A alta da gasolina e da energia, certamente, vai ativar o velho dominó nos preços de alimentos e serviços. Ou seja, se o ano começou, começou não muito feliz neste vindouro março.
Bom, seja como for, agora é esperar as águas de marços rolarem. É pau, é pedra, são as águas de março fechando o verão e trazendo o fundo do poço, o fim do caminho, pelo menos para a isenção de impostos, já que a máquina do governo precisa de óleo para girar.
Este "rolo" dos impostos x gasolina é tratado pelo presidente Lula como a grande "armadilha de Bolsonaro". É que a desoneração ocorreu em junho do ano passado, às vésperas de quando se iniciava a corrida eleitoral de fato, com a desculpa que era preciso frear a inflação. Só que a medida criava um rombo fiscal imenso (assim como, dentro de outras proporções, Dilma Rousseff fez para se reeleger em cima do freio na energia elétrica). Claro que se tratando de Brasil, é um problema de cada vez. A medida de voltar com os impostos era inevitável, mesmo que Bolsonaro fosse reeleito - basta olhar a questão do tarifaço na energia que o governo bolsonarista aplicou, só derrubando ele também às vésperas da eleição.
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Este "rolo" dos impostos x gasolina é tratado pelo presidente Lula como a grande "armadilha de Bolsonaro". É que a desoneração ocorreu em junho do ano passado, às vésperas de quando se iniciava a corrida eleitoral de fato, com a desculpa que era preciso frear a inflação. Só que a medida criava um rombo fiscal imenso (assim como, dentro de outras proporções, Dilma Rousseff fez para se reeleger em cima do freio na energia elétrica). Claro que se tratando de Brasil, é um problema de cada vez. A medida de voltar com os impostos era inevitável, mesmo que Bolsonaro fosse reeleito - basta olhar a questão do tarifaço na energia que o governo bolsonarista aplicou, só derrubando ele também às vésperas da eleição.