EXPERIÊNCIAS
E o brasileiro não veio?
Ela estranhou a vinda de alguém que falava alemão, tinha olhos azuis e cabelos loiros
Última atualização: 26/04/2024 14:48
Lecionando durante alguns anos em três turnos, além de fazer trabalho voluntário, com sintomas de estresse, recebi a sugestão do Dr. Rubem Kunz, médico em Taquara: "Sou responsável no Rotary pelo intercâmbio internacional de jovens. Isso faria bem para ti". Topei. Feita a seleção, em nível estadual, fui um dos escolhidos para visitar a Alemanha durante 40 dias, ficando hospedado em residências de diferentes famílias rotarianas, sempre em períodos de quatro dias.
Chegando à primeira casa, a dona perguntou. "E o brasileiro não veio?". Estranhou a vinda de alguém que falava alemão, tinha olhos azuis e cabelos loiros.
Saber a língua da família, ao meu estilo, gerou longos bate-papos, que, por vezes, varavam a meia-noite. A curiosidade sobre o Brasil era grande. "Que expressão bonita, a minha avó usava!". Era a linguagem trazida há 200 anos e que, aqui na colônia, mantivemos na forma original.
A disciplina e a inflexibilidade, no meu entender, eram exagerados. O que está programado, cumpra-se! Fazer um piquenique com guarda-chuva, para mim, foi algo inédito. Percebi que, lá, algumas tradições trazidas pelos imigrantes já tinham perdido bastante da sua originalidade. Nós aqui as conservamos rigorosamente.
Celebremos os 200 anos da imigração, valorizando tudo o que nossos antepassados trouxeram, seja material ou imaterial. Em tempo. Obrigado, Dr. Kunz, pela oportunidade, porém, com as conversas madrugadas adentro e uma programação rígida e intensa de visitas e palestras, voltei ainda mais estressado. Mesmo assim, foi ótimo!
Chegando à primeira casa, a dona perguntou. "E o brasileiro não veio?". Estranhou a vinda de alguém que falava alemão, tinha olhos azuis e cabelos loiros.
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Chegando à primeira casa, a dona perguntou. "E o brasileiro não veio?". Estranhou a vinda de alguém que falava alemão, tinha olhos azuis e cabelos loiros.