Opinião
E a gasolina? Baixa ou não?
Após a subida de preços da última semana no Vale do Sinos, a expectativa é por baixa nos valores para a virada ou início do ano
Última atualização: 22/12/2023 18:42
E lá se vão dois meses após o último recuo de preço na gasolina feito pela Petrobras. E, apesar de sofrer até pressão do presidente Lula (mesmo que ele não possa interferir na política da sociedade de economia mista, sob controle da União), a Petrobras não parece acenar para uma redução antes da virada do ano (seria surpresa, até) - lembrando que há uma queda gradual nas últimas semanas no valor do barril de petróleo.
O curioso, é que, nacionalmente, o valor médio do litro vem caindo neste mês (poucos centavos, é verdade), ficando nesta penúltima semana do ano em R$ 5,59 (2 centavos a menos que na semana passada), segundo a pesquisa divulgada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) nesta sexta-feira (22). O valor médio mais baixo no País é de R$ 5,23 em Sergipe e R$ 5,26 no Piauí.
Alta de 13% no ano
A notícia que foi destaque em alguns veículos nesta sexta-feira (22) foi a informação repassada pela ANP de que o preço do litro da gasolina está fechando o ano com alta de 13% (aumento de R$ 0,65 por litro, segundo a agência, se comparado com dezembro de 2022).
Lembrando que este ano foi marcado pela retomada de impostos federais e do ICMS sobre combustíveis, tributos cortados à força em julho de 2022 como estratégia eleitoreira para reduzir a gasolina e o diesel que chegaram a custar mais de 7 reais em junho de 2022.
Se levarmos em conta o cenário que se desenhava em janeiro deste ano, quando se previa uma alta muito maior, impulsionada pela retomada de impostos, a gasolina até acaba o ano em um valor aceitável - apesar de que poderia ser melhor se a fome gananciosa da Petrobras fosse menor.
Já o diesel é que fica acima do esperado, até porque, sempre abaixo da gasolina, há um bom tempo tem seu valor no mesmo patamar dela.
E aqui no Vale do Sinos?
Na região do Vale do Sinos os movimentos no preço são instáveis, mas explicáveis. Principalmente porque as redes de postos são vorazes em suas promoções. Neste ano, na maioria das pesquisas da ANP, o Vale do Sinos registrava os mais baixos valores da gasolina no Estado, chegando a ficar 50 centavos abaixo da média gaúcha. Mas, agora, este "título" está com Lajeado, que nesta última pesquisa apontava o preço mínimo de R$ 5,09 (mas vale dizer que o preço médio na cidade é de R$ 5,44).
No início da semana passada, os postos de combustíveis de São Leopoldo e Novo Hamburgo, principalmente, após dias de valor do litro estacionado entre R$ 5,10 e R$ 5,20, em sua maioria, adotaram os R$ 5,59 como novo preço da gasolina. Nesta última semana alguns postos deram uma recuada, e é possível achar valores já em torno de R$ 5,53 (alguns centavos a menos ou a mais, dependendo do posto).
O valor é próximo ao atual preço médio do País (R$ 5,59) e ao médio no RS (R$ 5,58), segundo a pesquisa da ANP. Ou seja, não houve exatamente um aumento no preço da região, mas sim um ajuste levando em conta o mercado. Nos últimos dias, com o fim de ano , a demanda por combustível aumentou e isso deve seguir até a virada do ano.
A elevação adotada no Vale do Sinos também tem a ver com esta questão de que a Petrobras, que há alguns dias baixou o diesel, possa vir a fazer isso com a gasolina, já que o barril de petróleo registrou novas quedas. Haveria uma margem para uma baixa de até 10%, em relação ao mercado internacional.
O certo é que a gasolina não deve aumentar, não ser que a demanda seja tanta e a distribuição de combustível não consiga suprir as necessidades nos postos. Mas aí seria algo extracampo.
Seja como for, o ano das bombas de gasolina foi uma verdadeira montanha-russa. Menos mal que não descarrilou como muitos imaginavam, até especulando que ela pudesse novamente romper a barreira dos 7 reais. Pelo andar do mercado, neste momento, a tendência é tenhamos uma redução do preço em janeiro. Que a virada do ano venha logo...
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