CATÁSTROFE NO RS
Discurso e realidade
A destruição do RS me fez rever conceitos que hoje parecem quimeras
Última atualização: 31/05/2024 14:55
"Pessimista é um otimista bem informado", reza o ditado. Luto muito contra o desânimo. Sempre acreditei em premissas para crer nas pessoas, no mundo, em melhorias e avanços que pudessem aperfeiçoar o ser humano. A destruição do RS me fez rever conceitos que hoje parecem quimeras.
Há oito meses a primeira enchente devastou o Estado. Fez parecer a tragédia de 1941 um alagamento até então sem precedentes. De lá para cá os milhares de desabrigados estão à beira da insanidade. Iludidos por promessas imaginavam que teriam casa, comida, emprego. Uma fração das juras de recuperação se transformou em realidade. As águas voltaram mais duas vezes. Sequer os discursos mudaram, inclusive o de "uma casinha para cada um".
Junto à insensibilidade oficial vemos gente explorando vizinhos, clientes e amigos com preços exorbitantes de insumos de sobrevivência como água, comida, aluguel. Veem, em cada vítima, alvo do lucro fácil, fortalecendo o dito de que "brasileiro gosta de levar vantagem em tudo certo?". Não desconheço voluntários incansáveis, empresários comprometidos, comunicadores honestos com informação isenta e ONGs empenhadas em minimizar dores.
Você consegue se imaginar em um ginásio com 300 pessoas, sem privacidade, à espera do que dificilmente será realidade? Perdão pelo pessimismo. A repetição da tragédia apenas aumentou a legião de miseráveis. Tudo é uma sucessão de entrevistas infladas de egocentrismo de quem enxerga na dor da multidão um trampolim de pretensões pessoais. Revolta a gigantesca diferença entre discurso e prática, das promessas e verdades. E da dita "empatia" com o descaso que sangra o coração.
Há oito meses a primeira enchente devastou o Estado. Fez parecer a tragédia de 1941 um alagamento até então sem precedentes. De lá para cá os milhares de desabrigados estão à beira da insanidade. Iludidos por promessas imaginavam que teriam casa, comida, emprego. Uma fração das juras de recuperação se transformou em realidade. As águas voltaram mais duas vezes. Sequer os discursos mudaram, inclusive o de "uma casinha para cada um".
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Há oito meses a primeira enchente devastou o Estado. Fez parecer a tragédia de 1941 um alagamento até então sem precedentes. De lá para cá os milhares de desabrigados estão à beira da insanidade. Iludidos por promessas imaginavam que teriam casa, comida, emprego. Uma fração das juras de recuperação se transformou em realidade. As águas voltaram mais duas vezes. Sequer os discursos mudaram, inclusive o de "uma casinha para cada um".