HISTÓRIA
Dia dos Povos Indígenas, os invisíveis de 1824
Valho-me do 19 de abril para lembrar que se pode falar até em mais de um bicentenário
Última atualização: 19/04/2024 10:01
Getúlio Vargas, por decreto, oficializou 19 de abril como o Dia do Índio, a partir de 1943, fazendo o Brasil aderir aos resultados do I Congresso Indigenista Interamericano, realizado no México, em 1940.
Em 2022, felizmente, uma nova lei alterou a nomenclatura para Povos Indígenas. Então, 19 de abril passa a ser Dia dos Povos Indígenas, que tem o significado de elevar os índios à condição de um povo. Em 1824, não era assim.
Agora terei em mãos o recente lançamento literário Invisíveis, de autoria de Dominga Menezes e Gilson Camargo, abordando o tema da desconsideração praticada em relação a negros e indígenas como personagens na história da imigração alemã em nosso país. Mais que isso, em nossa região.
Como sustentam os autores, no ano do Bicentenário da Imigração Alemã, Invisíveis propõe um contraponto à narrativa oficial, que faz justiça ao exaltar os protagonistas germânicos, mas comete injustiça com os índios que já estavam aqui, assim como os negros escravizados trazidos da África, além de portugueses habitantes do lugar que já seria São Leopoldo.
Valho-me do 19 de abril para lembrar que se pode falar até em mais de um bicentenário, como também a escola de samba Império do Sol encarou, ao fazer o enredo deste ano, lembrando que 1824 não foi data de qualquer descoberta ou fundação, porque está afirmado pelo refrão dos compositores Vinicius Maroni, Inácio Rios, Vinicius Brito e Chico Professor que “Sou alemão, africano, brasileiro, originário, luterano, macumbeiro, bato no peito, sou imperiano, a minha história tem mais de duzentos anos.”
Tomara que a invisibilidade seja vencida, sem precisar que se passe outro bicentenário ou muito mais. Sejamos irmãos, finalmente.
Getúlio Vargas, por decreto, oficializou 19 de abril como o Dia do Índio, a partir de 1943, fazendo o Brasiladerir aos resultados do I Congresso Indigenista Interamericano, realizado no México, em 1940.Em 2022, felizmente, uma nova leialterou a nomenclatura para PovosIndígenas. Então, 19 de abril passaa ser Dia dos Povos Indígenas, quetem o significado de elevar os índiosà condição de um povo. Em 1824,não era assim.Agora terei em mãos o recente lançamento literário Invisíveis, de autoriade Dominga Menezes e Gilson Camargo, abordando o tema da desconsideração praticada em relação a negros eindígenas como personagens na história da imigração alemã em nossopaís. Mais que isso, em nossa região.Como sustentam os autores, no anodo Bicentenário da Imigração Alemã, Invisíveis propõe um contrapontoà narrativa oficial, que faz justiça aoexaltar os protagonistas germânicos,mas comete injustiça com os índiosque já estavam aqui, assim como osnegros escravizados trazidos da África, além de portugueses habitantesdo lugar que já seria São Leopoldo.Valho-me do 19 de abril para lembrar que se pode falar até em maisde um bicentenário, como também aescola de samba Império do Sol encarou, ao fazer o enredo deste ano,lembrando que 1824 não foi data dequalquer descoberta ou fundação,porque está afirmado pelo refrão doscompositores Vinicius Maroni, InácioRios, Vinicius Brito e Chico Professorque “Sou alemão, africano, brasileiro, originário, luterano, macumbeiro,bato no peito, sou imperiano, a minhahistória tem mais de duzentos anos.”
Em 2022, felizmente, uma nova lei alterou a nomenclatura para Povos Indígenas. Então, 19 de abril passa a ser Dia dos Povos Indígenas, que tem o significado de elevar os índios à condição de um povo. Em 1824, não era assim.
Conteúdo exclusivo para assinantes
Para ver este conteúdo na íntegra, é necessário que você seja assinante
Em 2022, felizmente, uma nova lei alterou a nomenclatura para Povos Indígenas. Então, 19 de abril passa a ser Dia dos Povos Indígenas, que tem o significado de elevar os índios à condição de um povo. Em 1824, não era assim.