Natal
Deus deveria proibir mortes em dezembro
Dona Maria, este Natal não vai ser fácil, especialmente o almoço do dia 25
Deus deveria proibir que ocorressem mortes em dezembro. É o mês do nascimento. Os espíritas vão dizer que é apenas um ciclo a vida neste plano e a morte não é o fim.
Não é fácil. Dia 8 de dezembro foi nossa vez. Perdemos Dona Maria Gecy Guerra. Para as filhas Enilde e Genilde apenas: mãe. Para os sobrinhos: Tia Morena. Para meu marido: Mamacita e para outros, como eu, Dona Maria.
Viúva muito nova lá no vilarejo de Vila Seca, em Caxias do Sul. Até o final da década de 1970 foi escrivã distrital de Vila Seca e Fazenda Souza. Fazia escrituras de todos os tipos. Os cunhados determinaram que ela não teria direito à herança do marido porque era mulher e só tinha filhas. Seria diferente se houvesse um filho varão. Não se conformou, lutou judicialmente por si e filhas obtendo aquilo que era seu por direito. Hoje temos Delegacia da Mulher e medidas protetivas, imagine-se nos idos de 1970. Só sendo guerreira para tal enfrentamento, o que já era desde seu sobrenome.
Toda mãe deve se questionar se criou os filhos de forma correta. Dona Maria não tinha dúvidas. Enilde, a primeira médica-cirurgiã do RS e Genilde, advogada formada e atuante em Miami.
Morava cá e lá. E lá trabalhava no escritório sendo responsável pela organização do arquivo. Não usava óculos e dizia que quando ficasse velha talvez precisasse. Tinha 96 anos.
Este Natal não vai ser fácil, especialmente o almoço do dia 25, em que ela era o motivo do encontro. Tentaremos manter esta tradição com coração apertado, celebrando a vida e agradecendo seus ensinamentos. Foi uma honra e privilégio este convívio.
Não é fácil. Dia 8 de dezembro foi nossa vez. Perdemos Dona Maria Gecy Guerra. Para as filhas Enilde e Genilde apenas: mãe. Para os sobrinhos: Tia Morena. Para meu marido: Mamacita e para outros, como eu, Dona Maria.
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Não é fácil. Dia 8 de dezembro foi nossa vez. Perdemos Dona Maria Gecy Guerra. Para as filhas Enilde e Genilde apenas: mãe. Para os sobrinhos: Tia Morena. Para meu marido: Mamacita e para outros, como eu, Dona Maria.