Em alguns dias estarei no workshop da Rede de Pesquisa em Governança de Plataformas, realizado na Universidade de Amsterdã. Junto com os demais membros fundadores, entre professores e pesquisadores, teremos uma agenda cheia diante de questões desafiadoras que surgem a cada momento. Nossa vida parece impossível sem tantas plataformas digitais que viabilizam nossa interação com familiares, colegas de trabalho, que nos entregam notícias e refeições; que nos transportam para diferentes lugares e permitem encontrar prestadores de serviço e produtos.
Essas plataformas tomam decisões importantes sobre o que podemos ou não fazer. Ditam os limites de nossa liberdade de expressão, a avaliação de um restaurante e a nota do nosso motorista. As plataformas nos regulam, mas sabemos pouco sobre quais são essas regras e temos praticamente nenhum dado que permita conhecer o quadro geral da atuação dessas empresas como judiciário privado.
Central para sua operação eficiente em larga escala, geralmente mundial, é o uso que essas plataformas fazem da inteligência artificial para decidir o que recomendar para quem. A última foto que você viu na Internet foi por escolha sua ou porque a plataforma decidiu colocar na sua tela naquele momento? Novamente, sobre sistemas de recomendação automatizados que ditam os rumos de nossas vidas sabemos pouco ou nada.
Alguma regulação e responsabilidade são necessárias para essas plataformas. Mas como determinar os aspectos concretos dessa governança é uma questão que desafiará os pesquisadores e a sociedade por muito tempo ainda.
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