BRASIL E ARGENTINA
Sem matéria-prima brasileira, argentinos não conseguem produzir calçados
Impasse no pagamento de exportações afeta relações entre o Brasil e o país vizinho
Última atualização: 26/03/2024 20:24
O mercado argentino sofre com o desabastecimento de componentes e insumos para a fabricação de calçados. O problema foi relatado durante missão da Associação Brasileira das Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal) ao país vizinho na semana passada. Segundo a superintendente da entidade, Silvana Dilly, a visita teve como objetivo estreitar os laços com os industriais argentinos e discutir formas de solucionar o impasse que vem atrasando o pagamento das exportações brasileiras para a Argentina.
A situação tem relação com a política monetária adotada pela Argentina que restringe importações e exportações ao liberar pagamentos com prazos que chegam a 180 dias e pela demora de liberação das licenças (Siras), um problema que acaba afetando as relações comerciais entre os dois países.
"Não são somente os exportadores que estão perdendo com o entrave, mas os próprios fabricantes argentinos, que estão desabastecidos”, comenta Silvana, ressaltando que a Argentina é o principal destino dos componentes brasileiros no exterior.
Com o impasse, algumas fábricas argentinas já estão parando de produzir ou usando menos de 60% de sua capacidade instalada.
“Colocamos todo o know-how da indústria brasileira à disposição das empresas argentinas. Muito mais do que parceiros comerciais, podemos também ser parceiros técnicos quando entramos em temas como de processos de produção, design e sustentabilidade”, avalia Silvana.
Durante a missão, o grupo brasileiro visitou a Exposición Internacional de Cueros, Materiales, Componentes, Tecnología y Moda para la Industria del Calzado y Afines (EXPOCAIPIC), principal feira da indústria de base da Argentina. O executivo da Caipicc (Associação dos Fornecedores da Argentina e promotora do evento), Hugo Alvarez, acredita que uma pressão por parte do governo brasileiro possa resolver a questão, visto o bom relacionamento com o governo de Albérto Fernandez.
Queda em 2023
No primeiro trimestre do ano, conforme dados da Assintecal, a Argentina importou o equivalente a US 10,17 milhões em componentes brasileiros, uma queda de 101% em relação ao mesmo período de 2022. “O fato ocorre por dois motivos principais, a menor demanda da indústria local e também a dificuldade nos recebimentos”, conclui Silvana, frisando que um dos intuitos das reuniões é buscar soluções para o impasse comercial.
A situação tem relação com a política monetária adotada pela Argentina que restringe importações e exportações ao liberar pagamentos com prazos que chegam a 180 dias e pela demora de liberação das licenças (Siras), um problema que acaba afetando as relações comerciais entre os dois países.
"Não são somente os exportadores que estão perdendo com o entrave, mas os próprios fabricantes argentinos, que estão desabastecidos”, comenta Silvana, ressaltando que a Argentina é o principal destino dos componentes brasileiros no exterior.
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A situação tem relação com a política monetária adotada pela Argentina que restringe importações e exportações ao liberar pagamentos com prazos que chegam a 180 dias e pela demora de liberação das licenças (Siras), um problema que acaba afetando as relações comerciais entre os dois países.
"Não são somente os exportadores que estão perdendo com o entrave, mas os próprios fabricantes argentinos, que estão desabastecidos”, comenta Silvana, ressaltando que a Argentina é o principal destino dos componentes brasileiros no exterior.