VAREJO x INDÚSTRIA
PAQUETÁ: Saiba como ficou a situação da empresa calçadista após venda de lojas para grupo de SP
Cenário no varejo parece ter melhorado, mas colaboradores da indústria da Paquetá ainda recebem salários com atraso
Última atualização: 25/10/2023 15:46
A compra da operação de varejo da Paquetá The Shoe Company, de Sapiranga, pela Gaya Empreendimentos e Participações, holding controladora do Grupo Oscar Calçados, de São José dos Campos (SP), foi concluída há uma semana e trouxe alívio para colaboradores da calçadista gaúcha. Bem, pelo menos para parte dos colaboradores.
Isso porque a negociação com o Grupo Oscar, que teve como intuito amenizar a crise financeira enfrentada pela calçadista de Sapiranga, envolveu apenas a rede de varejo. No leilão, com lance de R$ 90 milhões, o grupo paulista adquiriu 63 lojas nos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina – divididas em 29 lojas Paquetá, 28 lojas Gaston e seis lojas Paquetá Esportes.
Para a venda dos pontos comerciais, foi constituída a empresa UPI Varejo Sul como uma unidade produtiva isolada – também conhecida pela sigla UPI, que é um conjunto de ativos da empresa em recuperação judicial. Segundo o Grupo Oscar, todos os pagamentos em atraso, referente a UPI varejo, estão sendo honrados, ou seja, todos os funcionários da Paquetá e Gaston estão com os salários em dia, conforme a empresa paulista.
Já os funcionários da indústria, seguem recebendo os valores com atraso. "Estão pagando sempre em duas vezes, mas nunca em dia definido. É aleatório, do tipo: 'entrou dinheiro, pagamos'", conta o secretário-geral do Sindicato dos Sapateiros de Sapiranga e Região, Leandro Rodrigues dos Santos.
A mesma situação vale para indenizações de ex-colaboradores que atuaram na parte da indústria na Paquetá. Alguns relatos informam que os atrasos nas indenizações chegam a quase seis meses.
Embora a situação na indústria da Paquetá não tenha mudado, o sindicato está otimista. "Estamos otimistas com o cenário. Quem ficou na fábrica disse que tem tido muita modelagem, muito serviço", diz Santos.
Sobre novas demissões, o sindicato informou que mais colaboradores foram dispensados entre julho e agosto, incluindo pessoas com cargos de salários mais elevados.
O Grupo Paquetá não se manifestou sobre o tema até a publicação desta matéria.