ECONOMIA

Empreendedores gaúchos lançam manifesto com demandas para serem atendidas até 2035

Presidente da Federasul fala sobre "hemorragias" a serem enfrentadas e ressalta que a entidade é contra o modelo de concessão ferroviária

Publicado em: 25/07/2023 16:30
Última atualização: 25/10/2023 15:21

No ano de 2035, a Revolução Farroupilha completará 200 anos. Pensando no Estado que se quer ter no futuro, empreendedores gaúchos, associados à Federasul, lançaram na tarde desta terça-feira (25), em Porto Alegre, um manifesto com demandas que devem ser sanadas para não comprometer o desenvolvimento da economia.

 Impresso em versão pocket, o manifesto conta com 36 páginas e foi feito a partir de um debate entre diferentes setores. O presidente da Federasul, Rodrigo Sousa Costa elencou os três principais problemas, que chamou de "hemorragias".


Rodrigo Sousa Costa, presidente da Federasul Foto: ROSI BONI

São eles: a concorrência desleal de reembalados com a produção nacional, especialmente a perda de competitividade do polo petroquímico gaúcho em relação a concorrentes americanos e sauditas que usam a Zona Franca de Manaus como ponto de reembalagem de polietileno e polipropileno; a entrada de importados com vantagens tributárias e a crise da cadeia produtiva da proteína animal gaúcha com risco de êxodo rural e perda de agregação de valor.

"Que Estado vamos querer celebrar em 2035?Temos que assumir o protagonismo gaúcho e fazer um bom debate afastando da carga ideológica e puxando para o campo racional. Temos que enfrentar estas hemorragias ou então nosso Estado não 'para de pé'", diz Costa.

O texto abrange também o Momento Gaúcho, que na visão da entidade habilita o Estado a buscar investimentos externos e faz uma análise sobre o cenário mundial como janela de oportunidades para o RS, subdividido também em três grandes itens: polo exportador de segurança energética e reindustrialização; polo exportador de segurança alimentar sustentável e polo de inovação, turismo e hub de saúde.

A ideia é seguir o debate por meio de fóruns e eventos realizados pela entidade e com o apoio dos associados.

Contra o atual modelo ferroviário

Durante o evento, o presidente da Federasul destacou o posicionamento da entidade sobre o modelo atual da malha ferroviária do Estado. "A Federasul é contra o modelo de concessão da malha ferroviária, que não atinge o bem comum e estamos sofrendo perdas na cadeia animal por conta do frete. Nada contra a empresa, mas entendemos que este modelo reduziu a malha pela metade e não há sentido renovar. O Estado deve buscar um modelo de concessão que estimule a livre concorrência, como acontece em outros países", afirma Costa.

Segundo estudos, ao longo de 25 anos de concessão, a malha gaúcha perdeu 1,5 mil quilômetros de extensão. No momento, os gaúchos aguardam por definições sobre a nova Malha Sul.

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