Para adotar estratégias comerciais é importante conhecer bem o público. E no setor calçadista não é diferente. Para vender mais é preciso estar atento ao início da cadeia, ou seja, no uso de materiais para a produção dos pares.
E segundo o Estudo de Mapeamento dos Polos – Quantificação dos Materiais no Calçado, realizado pela Associação Brasileira das Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal) em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o uso do couro se destaca na fabricação de calçados masculinos (46,24%) e o laminado sintético de poliuretano (PU) está mais presente na produção dos femininos (46,03%).
A região Sul do País, com destaque para o polo calçadista gaúcho, tem outra preferência, de acordo com a comparação das análises entre a edição 2021 e 2022. Como há predominância na confecção de pares para mulheres, os materiais laminados são mais utilizados. O laminado PU (44,33%) é usado como principal material componente de cabedal (o ‘corpo do calçado’), seguido pelo uso de laminado PVC (27,67%).
O couro também costuma ser utilizado para se ter uma diferenciação no mercado calçadista, com produtos de maior valor agregado. Já outras outras empresas, podem buscar pelos laminados justamente por uma questão do custo de produção.
O mapeamento
A superintendente da Assintecal, Silvana Dilly, explica que o estudo, coordenado pelo professor da pós-graduação de Economia da Unisinos e consultor setorial, Marcos Lélis, quantifica os materiais utilizados na confecção dos calçados montados em suas principais partes: cabedal, forro, solado, enfeites e adesivos.
“Os respondentes são integrantes de áreas técnicas, compras, produção ou direção geral das indústrias calçadistas. Esses profissionais caracterizam-se pelo conhecimento nos processos produtivos das empresas, seja por meio da participação direta ou contribuições na gestão”, conta.
Segundo ela, foram ouvidas empresas dos principais polos calçadistas brasileiros que representam quase 60% da produção nacional do setor, o que permite uma margem de erro de 0,5% para cima ou para baixo.
Nos calçados infantis, o laminado sintético de PVC é o que tem predominado, enquanto nos calçados esportivos os têxteis são os mais utilizados.
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