Opinião
CATÁSTROFE NO RS: A família aumentou nos últimos dias
As cheias que tiraram tudo de milhares gaúchos, da casa e móveis às roupas, criaram uma enorme e fraterna rede solidária sem fronteiras
Última atualização: 17/05/2024 14:42
A solidariedade sempre ganha espaço em meio a uma crise humanitária. É assim em grandes tragédias, como Brumadinho; foi assim na pandemia da Covid, quando pessoas se viram sem poder ir às ruas e muitas perderem seu sustento ou até alguém próximo ou conhecido.
Se achou cruel o isolamento de pessoas na pandemia, que restringiu o acesso a tudo por um bom tempo. Eram restritas as saídas do lar. Muitas pessoas - principalmente idosos e mais vulneráveis - ficaram ilhados com contato limitado a familiares mais próximos. Pessoas se uniram a ajudaram com doações e apoio psicológico.
Nunca imaginaríamos que o nosso Estado passaria por algo muito pior, não com tantas mortes como foi na Covid, mas com a dor imensa de pessoas ilhadas e aterrorizadas vendo ao seu redor as águas de rios e arroios subindo e tomando tudo delas: a casa, os pertences, de móveis e eletrodomésticos, das roupas a lembranças guardadas em fotos e objetos. E, muito além disso, o medo de morrer sob as águas e deslizamentos.
Esta catástrofe das cheias que vivemos - e ainda deveremos conviver por um bom tempo - nos provocou o sentimento mais doloroso da perda. Nos fez imaginar o que é ficar sem nada da noite para o dia. E isso despertou em praticamente em todos a necessidade de ajudar. De se colocar no lugar do outro.
Esta corrente solidária que tomou conta de todos no Rio Grande do Sul, espalhando-se pelo Brasil e atingindo até o além das fronteiras pelo mundo afora, nos fez o sentimento de família aflorar de uma forma nunca antes vista neste Estado - por estes rincões, para usar um termo gaúcho.
Se formou uma grande família, que apoia com doações - até com dinheiro -, abrigo e voluntariado, o ato de doar o seu tempo para acolher e ajudar o próximo nas suas necessidades mais básicas de ter onde dormir e comer.
A família de todos cresceu. Pais, mães, filhos, avós, netos, bisnetos, irmãos. Todos são. E todos precisam uns dos outros. Em uma grande rede fraterna que se estendeu além da família que temos ao nosso lado. E esta corrente de sentimento de pertencimento familiar terá que se estender ainda por um bom tempo. E, talvez, forme laços tão duradouros quanto os que temos com familiares.
A família aumentou, e precisa de toda nossa ajuda, seja ela do tamanho que for, seja ela qual for.
Se achou cruel o isolamento de pessoas na pandemia, que restringiu o acesso a tudo por um bom tempo. Eram restritas as saídas do lar. Muitas pessoas - principalmente idosos e mais vulneráveis - ficaram ilhados com contato limitado a familiares mais próximos. Pessoas se uniram a ajudaram com doações e apoio psicológico.
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Se achou cruel o isolamento de pessoas na pandemia, que restringiu o acesso a tudo por um bom tempo. Eram restritas as saídas do lar. Muitas pessoas - principalmente idosos e mais vulneráveis - ficaram ilhados com contato limitado a familiares mais próximos. Pessoas se uniram a ajudaram com doações e apoio psicológico.