Cristofer, Carlos Antônio, Marcos, Fernando, Ricardo, Cláudio, Cristian e Valdemar. Eles tinham entre 26 e 60 anos. Eram pais, filhos, irmãos, mas estão mortos. Perderam a vida em acidentes graves que se acumulam em um trecho de apenas quatro quilômetros da BR-116, entre Novo Hamburgo e Estância Velha.
Foto: Júlia Taube/GES Especial
Tão grave e assustador quanto o número de oito mortes entre os quilômetros 232 e 235 da BR-116 é a falta de reação das autoridades, que parecem assistir a tudo de forma impassível. Não precisa ser especialista em mobilidade, segurança no trânsito ou engenharia de tráfego para juntar informações que são de domínio público e concluir que há um problema gravíssimo naquele ponto da rodovia. Aliás, o aplicativo Waze fez isso e avisa quem passa por ali que é um trecho com alto risco de acidentes.
Rodar quatro ou cinco vezes em diferentes momentos do dia pela região entre o outlet e a subida para Ivoti já basta para ver o problema de perto. Na verdade é um conjunto de problemas. Eles vão desde a pista que precisa ser duplicada para dar conta do movimento até excesso de velocidade e imprudência inclusive de ciclistas e pedestres que por ali circulam.
O fato é que os problemas só aumentam e precisam de uma solução emergencial. Já passou da hora de as autoridades unirem forças para evitar que outros pais, filhos e irmãos morram no mesmo lugar. Deputados, vereadores, prefeitos, representantes de associações e instituições públicas precisam agir – inclusive Dnit e Polícia Rodoviária Federal.
Aliás, a única reação que se tem notícias por enquanto é a criação de uma comissão especial para tratar do assunto na Câmara Municipal de Novo Hamburgo. Nesta sexta-feira (21) os vereadores Cristiano Coller (PTB), Enio Brizola (PT) e Lourdes Valim (Republicanos) estiveram na BR-116, no acesso ao bairro Roselândia, e saíram convencidos de que melhorias precisam ser feitas no trecho.
Mas infelizmente os vereadores não conseguirão resolver tudo sozinhos. É hora de uma mobilização pela vida na região! A PRF precisa reforçar a fiscalização enquanto as forças políticas e empresariais tentam encaminhar soluções junto ao Dnit, que responde pela manutenção da rodovia.
Como está essa situação não pode continuar. A menos que para nossas lideranças esteja tudo bem. Para a comunidade tenho certeza que não está.
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