CATÁSTROFE NO RS
Até a próxima tragédia
O fim das manchetes sobre a tragédia irá arrefecer ânimos e a vinda de recursos. E tudo cairá no esquecimento
Última atualização: 08/05/2024 22:47
O raio caiu no mesmo lugar, no caso, no Rio Grande do Sul, por três vezes em sete meses. Domingo acordei com helicópteros sobrevoando o prédio onde moro em Porto Alegre. Depois do meio-dia o sol apareceu e a chuva cessou. A overdose de imagens chocantes não tem fim, assim como fotos e vídeos de solidariedade. A tragédia sem precedentes, 82 anos depois da histórica enchente de 1941, marcará nossa geração.
A lição das enchentes de 2023 de pouco serviu. No Vale do Taquari, mais de um terço dos recursos não chegou. As vinte casas entregues em abril são obra do Sindicato da Indústria da Construção Civil. Do Estado e do governo federal, nada. O fundo eleitoral para o pleito deste ano soma R$ 4,9 bilhões, mas o dinheiro para microempreendedores destruídos no ano passado chega em conta-gotas. Por que não destinar parte desta bolada para mitigar os efeitos da catástrofe atual?
Os governos estadual e municipais têm a obrigação de incluir medidas concretas para as calamidades. Barcos, botes, coletes salva-vidas, veículos "fora de estrada" e helicópteros deverão constar dos planos-proposta dos futuros prefeitos. Chega de improvisos.
Sem energia e internet, o velho radinho de pilha foi a conexão das comunidades atingidas com o resto do mundo. A cobertura ininterrupta salvou milhares de vidas.
Por muito tempo vamos chorar as vítimas. Não creio que as mortes servirão para medidas concretas. Como em 2023 no Vale do Taquari, o fim das manchetes sobre a tragédia irá arrefecer ânimos e a vinda de recursos. E tudo cairá no esquecimento. Até a próxima catástrofe.
A lição das enchentes de 2023 de pouco serviu. No Vale do Taquari, mais de um terço dos recursos não chegou. As vinte casas entregues em abril são obra do Sindicato da Indústria da Construção Civil. Do Estado e do governo federal, nada. O fundo eleitoral para o pleito deste ano soma R$ 4,9 bilhões, mas o dinheiro para microempreendedores destruídos no ano passado chega em conta-gotas. Por que não destinar parte desta bolada para mitigar os efeitos da catástrofe atual?
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A lição das enchentes de 2023 de pouco serviu. No Vale do Taquari, mais de um terço dos recursos não chegou. As vinte casas entregues em abril são obra do Sindicato da Indústria da Construção Civil. Do Estado e do governo federal, nada. O fundo eleitoral para o pleito deste ano soma R$ 4,9 bilhões, mas o dinheiro para microempreendedores destruídos no ano passado chega em conta-gotas. Por que não destinar parte desta bolada para mitigar os efeitos da catástrofe atual?