CATÁSTROFE NO RS
A lição da pequena Carlinha
Última atualização: 09/05/2024 22:31
Pois entre um enxugar de olhos já cansados pelo tempo e por tudo que já viram, me veio à mente um ensinamento de Sêneca: "Não existem ventos favoráveis para o marinheiro que nunca sabe para onde vai." Esta foi a sensação que senti ao chegar em local de acolhimento humano e animal e recebendo doações.
Um ex-aluno, já avô, chegou em sua bicicleta e no banquinho da frente, estava sua netinha de três anos e meio, muito tagarela, segurando sua boneca e um sachê para gatos. Quando me aproximei, ele disse: "Carlinha, este tio foi meu professor". Ela me olhou de cima a baixo e saiu-se com esta pérola: "Eu também sou professora, trouxe minha aluna para ficar com essas meninas que estão aqui, demorei porque pedi a mamãe para lavar suas roupas e perfumá-la".
Bem, não preciso nem dizer a vocês o que aconteceu no cruzamento dos olhares com o avô, com os resquícios enquanto escrevo, quando ele me explicou que a Carlinha brinca de aula com a boneca, única que possui, e fez questão de doá-la em meio ao que ouve e vê na TV. Ela ainda não sabe, me sussurrou o pai, "mas no final da semana meu filho e eu vamos fazer um extra, limpando jardins, aí vai sobrar um dinheiro e vamos comprar outra boneca para ela".
Aí me lembrei, que o bisa da Carlinha tinha sido um dos melhores operários da municipalidade, seu suor incansável está misturado na argamassa que sustenta muitas paredes escolares de Estância Velha.
Sim, é muito triste o que nosso Rio Grande do Sul passa, mas enquanto Deus colocar no mundo muitas "Carlinhas", tudo será superado.
Um ex-aluno, já avô, chegou em sua bicicleta e no banquinho da frente, estava sua netinha de três anos e meio, muito tagarela, segurando sua boneca e um sachê para gatos. Quando me aproximei, ele disse: "Carlinha, este tio foi meu professor". Ela me olhou de cima a baixo e saiu-se com esta pérola: "Eu também sou professora, trouxe minha aluna para ficar com essas meninas que estão aqui, demorei porque pedi a mamãe para lavar suas roupas e perfumá-la".
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Um ex-aluno, já avô, chegou em sua bicicleta e no banquinho da frente, estava sua netinha de três anos e meio, muito tagarela, segurando sua boneca e um sachê para gatos. Quando me aproximei, ele disse: "Carlinha, este tio foi meu professor". Ela me olhou de cima a baixo e saiu-se com esta pérola: "Eu também sou professora, trouxe minha aluna para ficar com essas meninas que estão aqui, demorei porque pedi a mamãe para lavar suas roupas e perfumá-la".